São Paulo, quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Mãos à obra

Indicado para comandar a cobiçada Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Tadeu Filippelli (DF) é um dos emergentes do grupo que hoje controla o PMDB na Casa. Renovou o mandato em 2006 na esteira da eleição de Joaquim Roriz (PMDB-DF), que teve passagem-relâmpago pelo Senado antes de renunciar para escapar à cassação. Os dois compartilharam R$ 99,2 mil via comitê de campanha.
Os demais recursos foram repassados por empreiteiras, ramo do qual Filippelli se aproximou quando secretário de Obras do governo Roriz. A Construção ACNT, doadora de R$ 55 mil, toca as obras do Metrô de Brasília e do acesso ao bairro de Águas Claras.
Em 2010, Filippelli quer se eleger senador.




Forasteiro. Embora sua base eleitoral seja Brasília, Filippelli gasta cerca de R$ 6.000 mensais em verba indenizatória nas rubricas "hospedagem" e "combustíveis".

Lobo. Além de indicar o próximo presidente da Comissão de Minas e Energia, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pegou para si a relatoria da medida provisória 450, que cria o fundo garantidor de obras do setor elétrico.

Cordeiro. A MP 450 é vital para o PAC, o que preocupa líderes do governo no Congresso, escolados com a canseira que levaram durante a tramitação da CPMF, quando Cunha presidia a CCJ. Ele nega qualquer possibilidade de ameaça: "Estou trabalhando no relatório junto com o Ministério de Minas e Energia".

Apetite. Além de fazer barba e cabelo nas grandes comissões, o PMDB emplacou Rodrigo Rocha Loures (PR) na presidência da comissão especial encarregada de acompanhar os efeitos da crise econômica internacional. É mais um do núcleo que coordenou a campanha vitoriosa de Michel Temer (PMDB-SP) à presidência da Câmara.

Sorriso. Favorito para presidir o Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR-BA) foi investigado pelo Ministério Público, na eleição de 2006, por suspeita de trocar votos por dentaduras e tratamento odontológico em geral. Sua campanha era casada com a do candidato a deputado estadual Pedro Egídio (PT do B).

Baixo teor. Os 19 "dissidentes" da bancada do PSDB farão desobediência "light" à orientação do líder José Aníbal (SP). Votarão contra em questões regimentais, como pedidos de obstrução, mas não no mérito das matérias.

Em família. Em conversa ontem com um jornalista, Lula apontou para Marisa Letícia e Dilma Rousseff, que estavam próximas, e comentou: "Elas não parecem irmãs?".

Dupla jornada. Causou mal estar entre colegas do TSE a licença de 90 dias pedida por Joaquim Barbosa para tratar de "assuntos particulares". As sessões do tribunal acontecem às terças e quintas. O ministro segue trabalhando normalmente no Supremo.

Plataforma. Em sua primeira conversa com Lula à frente da Confederação Nacional da Agricultura, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), ex-musa da derrubada da CPMF, disse que a CNA fará auditoria em todas as fazendas com problemas trabalhistas e emitirá uma espécie de ISO a quem se adequar à lei.

Cartola. A Prefeitura de São Luís vai repassar R$ 600 mil a fundo perdido para quatro clubes de futebol que disputam o Campeonato Maranhense. O prefeito João Castelo (PSDB) diz que isso é menos do que ele gostaria de dar.

Marcação. O PT paulista reúne hoje seus prefeitos e deputados estaduais para discutir as medidas anticrise anunciadas por José Serra (PSDB). "A resposta foi tardia e insuficiente, dado que 44% dos desempregados pela crise estão no Estado", diz Edinho Silva, presidente do PT-SP.

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"É sintomático que o PT cobre de Serra uma lista. Afinal, o PAC federal não passa de uma relação de obras embalada pelo marketing."

Do deputado SAMUEL MOREIRA , líder tucano na Assembleia paulista, sobre a queixa da bancada petista pelo fato de o governo não ter divulgado a lista de obras do chamado "PAC do Serra".

Contraponto

Memória seletiva

Ao deixar ontem o Hospital Sírio Libanês, onde esteve internado por quase um mês, José Alencar demonstrou bom humor diante do batalhão de jornalistas que o aguardava à porta. O vice-presidente falou da vontade urgente de voltar a comer arroz e feijão -o que esperava fazer dali a pouco em seu apartamento paulistano- e brincou com um alerta recebido dos médicos:
-Eles disseram que talvez eu viesse a ter amnésia pós-operatória. Não aconteceu, mas, pensando bem, com a quantidade de contas que tenho para pagar depois de tantos dias, até que seria bom...



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