São Paulo, domingo, 18 de março de 2001

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Engenheiro inglês diz como escapou

DOS ENVIADOS ESPECIAIS A MACAÉ

"Nós fomos acordados com um estrondo enorme. Pensei que um navio tinha batido na plataforma", disse o engenheiro elétrico inglês Paul Raine, 44, que estava a bordo da P-36 na hora do acidente, com outro inglês, também engenheiro, Andy Stayman, 42.
"Foi terrível, todo mundo correndo e gritando e ainda tivemos de deixar para trás pessoas feridas", afirmou Raine. Os dois, que trabalham para uma companhia inglesa, ficariam na plataforma até o próximo sábado.
Raine afirmou que só teve tempo de vestir a roupa e sair correndo. Ele e Stayman deixaram, cada um, US$ 300, além de roupas e os passaportes na P-36.
Raine, que há 11 anos trabalha em plataformas, disse saber que exerce uma profissão de alto risco e que acidentes fazem parte da vida daqueles que trabalham com extração e processamento de petróleo. "Mas também ganhamos muito dinheiro e é por isso que estamos lá todos os dias."
Ele disse ter vivenciado uma situação muito difícil logo após a explosão, ao perceber que haveria feridos na P-36. "Estava apavorado, queria sair logo dali, mas foi muito difícil deixar outras pessoas para trás", afirmou.
Os dois voltariam hoje para o Rio de Janeiro para providenciar novos passaportes e poder voltar para a Inglaterra. "O que aconteceu foi horrível, mas não vou deixar de trabalhar em plataformas por causa disso", disse Raine.


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