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Para governador, retaliação ao PFL está descartada
JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ARAÇATUBA (SP)
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin
(PSDB), disse ontem, em
Araçatuba (530 km a noroeste de São Paulo), que
não irá fazer uma reforma
em seu secretariado em razão da derrota do deputado
estadual tucano Edson Aparecido à presidência da Assembléia Legislativa para
Rodrigo Garcia (PFL).
"Não vai haver reforma no
secretariado. As pessoas estão no governo por competência. O PFL tem dois secretários de absoluta competência, o Lars Grael [Juventude, Esporte e Lazer] e o
Alexandre Moraes [Justiça]", afirmou.
Para o governador, a derrota de seu candidato à presidência da Assembléia Legislativa, ocorrida na terça,
já é um episódio superado
pelo governo. Em sua primeira declaração à imprensa
após a eleição do pefelista
Rodrigo Garcia, Alckmin
negou que tenha sofrido
uma derrota política.
"O Poder Legislativo é independente. Esse é um assunto que já é uma página
virada. É uma disputa interna da Assembléia."
Para Alckmin, a ausência
de deputados do PSDB na
Mesa Diretora não trará dificuldades para seu governo.
"Os deputados não quiseram fazer parte da Mesa. Foi
oferecido a eles um cargo e
eles não quiseram."
Questionado se as vitórias
de Severino Cavalcanti (PP-PE) à presidência da Câmara
dos Deputados; do vereador
Roberto Tripoli (sem partido) na Câmara Municipal; e
a de Rodrigo Garcia na Assembléia indicam uma falta
de diálogo entre os poderes
Executivo e Legislativo, defendeu uma reforma política. "Isso aponta a necessidade de uma reforma política,
com o aprimoramento das
instituições políticas."
Alckmin também chegou
a citar o escritor e filósofo
francês Montesquieu (1689-1755), célebre por sua teoria
da separação dos poderes.
"Isso é Montesquieu. Tripartição dos poderes. Os poderes são independentes. Eu
diria também, além de independentes, harmônicos.
Porque o interesse é comum,
é o interesse público."
"Salvação nacional"
Acompanhado do secretário de Ciência, Tecnologia,
Desenvolvimento Econômico e Turismo, João Carlos de
Souza Meirelles, e do presidente da Nestlé do Brasil,
Ivan Zurita, o governador
discursou para funcionários
da companhia e autoridades
da região durante o lançamento da construção de
uma fábrica da empresa.
O governador paulista voltou a ser lançado como candidato a presidente. O prefeito de Araçatuba, Jorge
Maluly Neto (PFL), durante
discurso, convocou os presentes "a um ato de salvação
nacional: levar o governador
Geraldo Alckmin à Presidência da República."
Questionado pela reportagem se já se portava como
candidato à Presidência,
Alckmin desconversou. "Estamos no dia 17 de março de
2005, eleição é só em 2006.
Eu sempre brinco que há
dois ansiosos na vida: os políticos e os jornalistas."
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