São Paulo, sexta-feira, 18 de março de 2005

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Para governador, retaliação ao PFL está descartada

JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ARAÇATUBA (SP)

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse ontem, em Araçatuba (530 km a noroeste de São Paulo), que não irá fazer uma reforma em seu secretariado em razão da derrota do deputado estadual tucano Edson Aparecido à presidência da Assembléia Legislativa para Rodrigo Garcia (PFL).
"Não vai haver reforma no secretariado. As pessoas estão no governo por competência. O PFL tem dois secretários de absoluta competência, o Lars Grael [Juventude, Esporte e Lazer] e o Alexandre Moraes [Justiça]", afirmou.
Para o governador, a derrota de seu candidato à presidência da Assembléia Legislativa, ocorrida na terça, já é um episódio superado pelo governo. Em sua primeira declaração à imprensa após a eleição do pefelista Rodrigo Garcia, Alckmin negou que tenha sofrido uma derrota política.
"O Poder Legislativo é independente. Esse é um assunto que já é uma página virada. É uma disputa interna da Assembléia."
Para Alckmin, a ausência de deputados do PSDB na Mesa Diretora não trará dificuldades para seu governo. "Os deputados não quiseram fazer parte da Mesa. Foi oferecido a eles um cargo e eles não quiseram."
Questionado se as vitórias de Severino Cavalcanti (PP-PE) à presidência da Câmara dos Deputados; do vereador Roberto Tripoli (sem partido) na Câmara Municipal; e a de Rodrigo Garcia na Assembléia indicam uma falta de diálogo entre os poderes Executivo e Legislativo, defendeu uma reforma política. "Isso aponta a necessidade de uma reforma política, com o aprimoramento das instituições políticas."
Alckmin também chegou a citar o escritor e filósofo francês Montesquieu (1689-1755), célebre por sua teoria da separação dos poderes. "Isso é Montesquieu. Tripartição dos poderes. Os poderes são independentes. Eu diria também, além de independentes, harmônicos. Porque o interesse é comum, é o interesse público."

"Salvação nacional"
Acompanhado do secretário de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo, João Carlos de Souza Meirelles, e do presidente da Nestlé do Brasil, Ivan Zurita, o governador discursou para funcionários da companhia e autoridades da região durante o lançamento da construção de uma fábrica da empresa.
O governador paulista voltou a ser lançado como candidato a presidente. O prefeito de Araçatuba, Jorge Maluly Neto (PFL), durante discurso, convocou os presentes "a um ato de salvação nacional: levar o governador Geraldo Alckmin à Presidência da República."
Questionado pela reportagem se já se portava como candidato à Presidência, Alckmin desconversou. "Estamos no dia 17 de março de 2005, eleição é só em 2006. Eu sempre brinco que há dois ansiosos na vida: os políticos e os jornalistas."


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