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Para ministro de Sarney, MST age
como o nazismo
DA SUCURSAL DO RIO
O ex-ministro da Justiça Paulo
Brossard (governo José Sarney)
comparou anteontem, no Rio, o
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ao nazismo. Após criticar o termo "ocupação" -usado pelos sem-terra-, afirmando que o correto seria dizer "invasão" de terras, e declarar que o poder público pouco
age para inibir as ações do movimento, Brossard disse estar havendo um "agravamento" nas relações sociais no campo no Brasil.
"Estamos diante de um problema que está preparado. Quando
Hitler entrou na Áustria, ele não
invadiu, ele ocupou. Haverá exagero na comparação? Não sei",
disse o ex-ministro. "É só riscar o
fósforo. Está tudo armado."
Brossard fez as declarações ao
participar de um debate na UniverCidade, no Rio, organizado
pelo professor de filosofia da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul Denis Lerrer Rosenfield.
Após ouvir as críticas de Brossard, o presidente nacional do
PPS, Roberto Freire (PE), afirmou
que o MST não ameaça a democracia no país e que o processo de
mobilização pela reforma agrária
é responsável em parte pelo aumento da produtividade -como
reação- das propriedades rurais
e da agricultura brasileira.
O deputado federal afirmou, no
entanto, que os sem-terra "são
defensores de uma utopia regressiva, atrasada", pois não é a simples posse da terra que garantirá
produção agrícola, e opor a propriedade familiar ao agronegócio
"é uma visão equivocada".
O deputado federal Xico Graziano (PSDB-SP) declarou que a discussão sobre a reforma agrária tal
como posta pelo MST "é uma
agenda do atraso" e que o problema no campo no Brasil é a fragilidade da legislação sobre a propriedade da terra.
"Cerca de 30% do nosso território são de terras devolutas ou que
não se sabe de quem são. A insegurança sobre a propriedade privada da terra é o fator básico da
violência rural no país", disse.
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