São Paulo, sexta-feira, 18 de março de 2005

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Para ministro de Sarney, MST age como o nazismo

DA SUCURSAL DO RIO

O ex-ministro da Justiça Paulo Brossard (governo José Sarney) comparou anteontem, no Rio, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ao nazismo. Após criticar o termo "ocupação" -usado pelos sem-terra-, afirmando que o correto seria dizer "invasão" de terras, e declarar que o poder público pouco age para inibir as ações do movimento, Brossard disse estar havendo um "agravamento" nas relações sociais no campo no Brasil.
"Estamos diante de um problema que está preparado. Quando Hitler entrou na Áustria, ele não invadiu, ele ocupou. Haverá exagero na comparação? Não sei", disse o ex-ministro. "É só riscar o fósforo. Está tudo armado."
Brossard fez as declarações ao participar de um debate na UniverCidade, no Rio, organizado pelo professor de filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Denis Lerrer Rosenfield.
Após ouvir as críticas de Brossard, o presidente nacional do PPS, Roberto Freire (PE), afirmou que o MST não ameaça a democracia no país e que o processo de mobilização pela reforma agrária é responsável em parte pelo aumento da produtividade -como reação- das propriedades rurais e da agricultura brasileira.
O deputado federal afirmou, no entanto, que os sem-terra "são defensores de uma utopia regressiva, atrasada", pois não é a simples posse da terra que garantirá produção agrícola, e opor a propriedade familiar ao agronegócio "é uma visão equivocada".
O deputado federal Xico Graziano (PSDB-SP) declarou que a discussão sobre a reforma agrária tal como posta pelo MST "é uma agenda do atraso" e que o problema no campo no Brasil é a fragilidade da legislação sobre a propriedade da terra.
"Cerca de 30% do nosso território são de terras devolutas ou que não se sabe de quem são. A insegurança sobre a propriedade privada da terra é o fator básico da violência rural no país", disse.


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