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Deputado acusa pressão de adversário e diz que país perde com sua desistência
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
O deputado federal Odílio
Balbinotti (PMDB-PR) atribuiu ontem a "um adversário
político" as pressões que o levaram a desistir da indicação para
ocupar o Ministério da Agricultura. Balbinotti disse ainda que,
sem falsa modéstia, o país sai
prejudicado com sua desistência em ser ministro.
"Desculpe a falta de modéstia, mas, pelo meu passado de
bóia-fria [trabalhador rural
diarista], de pequeno agricultor
e hoje de grande agricultor, eu
teria muita coisa a dar para a
agricultura brasileira."
Ele disse que nos últimos
dias, com toda a turbulência em
torno de sua indicação, recebeu
apoio de todo o país, "o que me
deixa satisfeito e feliz, por saber
que quem realmente conhece
de agricultura sabia das minhas
possibilidades no ministério".
"Eu fui ministro sem nunca
ter sido. Vou continuar meu
trabalho parlamentar em defesa da agricultura nacional", disse o deputado, que redigiu ontem à tarde, em seu escritório
em Maringá (428 km ao norte
de Curitiba), a nota endereçada
à direção do PMDB comunicando sua desistência "do rol
de indicados" pelo partido.
Balbinotti afirmou que desistiu da indicação em razão da
pressão exercida por um adversário político, que não quis citar. "Existem adversários competentes para derrubar ministros, mesmo com o Estado e o
país sendo prejudicados."
Nome
Aliados de Balbinotti apontam que o "adversário político"
é o deputado Ricardo Barros
(PP-PR), da mesma base eleitoral do peemedebista e que teria
divulgado denúncias contra o
deputado. Procurado pela Folha, Barros não foi localizado
na tarde de ontem.
"Não sou vil. Vou responder a
todas as denúncias uma por
uma e vou provar que tenho nome limpo", afirmou. Ele disse
que iria cuidar da agricultura
de todo o país, mas que o Paraná sai perdendo com sua desistência. "O Paraná perde um ministério, e isso é ruim para o Estado", afirmou.
Segundo ele, a decisão de desistir da indicação foi pessoal.
"É claro que conversei com minha família, mas eu tinha apoio
irrestrito para qualquer decisão. Meu sangue italiano não
me deixou ficar nessa posição
de depender de pressões de adversário. Desisti da indicação
para evitar desgastes daqueles
que sempre me apoiaram, dentro e fora do PMDB, e do presidente Lula."
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