São Paulo, domingo, 18 de março de 2007

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Deputado acusa pressão de adversário e diz que país perde com sua desistência

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

O deputado federal Odílio Balbinotti (PMDB-PR) atribuiu ontem a "um adversário político" as pressões que o levaram a desistir da indicação para ocupar o Ministério da Agricultura. Balbinotti disse ainda que, sem falsa modéstia, o país sai prejudicado com sua desistência em ser ministro.
"Desculpe a falta de modéstia, mas, pelo meu passado de bóia-fria [trabalhador rural diarista], de pequeno agricultor e hoje de grande agricultor, eu teria muita coisa a dar para a agricultura brasileira."
Ele disse que nos últimos dias, com toda a turbulência em torno de sua indicação, recebeu apoio de todo o país, "o que me deixa satisfeito e feliz, por saber que quem realmente conhece de agricultura sabia das minhas possibilidades no ministério".
"Eu fui ministro sem nunca ter sido. Vou continuar meu trabalho parlamentar em defesa da agricultura nacional", disse o deputado, que redigiu ontem à tarde, em seu escritório em Maringá (428 km ao norte de Curitiba), a nota endereçada à direção do PMDB comunicando sua desistência "do rol de indicados" pelo partido.
Balbinotti afirmou que desistiu da indicação em razão da pressão exercida por um adversário político, que não quis citar. "Existem adversários competentes para derrubar ministros, mesmo com o Estado e o país sendo prejudicados."

Nome
Aliados de Balbinotti apontam que o "adversário político" é o deputado Ricardo Barros (PP-PR), da mesma base eleitoral do peemedebista e que teria divulgado denúncias contra o deputado. Procurado pela Folha, Barros não foi localizado na tarde de ontem.
"Não sou vil. Vou responder a todas as denúncias uma por uma e vou provar que tenho nome limpo", afirmou. Ele disse que iria cuidar da agricultura de todo o país, mas que o Paraná sai perdendo com sua desistência. "O Paraná perde um ministério, e isso é ruim para o Estado", afirmou.
Segundo ele, a decisão de desistir da indicação foi pessoal. "É claro que conversei com minha família, mas eu tinha apoio irrestrito para qualquer decisão. Meu sangue italiano não me deixou ficar nessa posição de depender de pressões de adversário. Desisti da indicação para evitar desgastes daqueles que sempre me apoiaram, dentro e fora do PMDB, e do presidente Lula."


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