São Paulo, terça-feira, 18 de março de 2008

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Gushiken nega repasses da Secom no caso mensalão

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Justiça Federal de São Paulo ouviu ontem os três últimos réus no processo aberto para apurar o escândalo do mensalão, que estourou em 2006.
O ex-ministro da Secretaria de Comunicação Luiz Gushiken, denunciado por peculato, o ex-deputado federal Professor Luizinho (PT), acusado por lavagem de dinheiro, e a ex-vice-presidente do Banco Rural Ayanna Tenório, que responde por gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, negaram ao juiz substituto da 2ª Vara Criminal Federal, Márcio Cataplani, envolvimento no caso.
Gushiken, acusado de ter liberado R$ 23 milhões de adiantamento para uma empresa de Marcos Valério, tido como o operador do mensalão, disse que a história é inverídica. A Secom, afirmou ele, não tinha nenhuma atribuição para autorizar repasses de verbas.
"Eu estou muito tranqüilo e confiante na absolvição, sobretudo porque quatro ministros do Supremo rejeitaram a minha denúncia e o próprio relator, Joaquim Barbosa, na ocasião, disse que, se fosse julgado meu caso, ele me inocentaria", disse após o depoimento.
O ex-ministro limitou-se a dizer que o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, que atribuiu a ele a responsabilidade pela liberação da verba e depois voltou atrás, é um "desafeto". Ele não comentou a mudança de versão do ex-diretor.
Acusado de ter recebido R$ 20 mil do esquema, Professor Luizinho disse ao juiz que é inconcebível pensar que ele, então líder do governo na Câmara, precisasse ser pago para votar com o governo. O ex-deputado não explicou, no entanto, o motivo de um funcionário dele ter sacado o valor.
"Não tenho nada a ver com esse processo. Não fui eu que saquei o dinheiro nem mandei ninguém sacar", afirmou.
Nem Gushiken nem o ex-deputado aceitaram responder às perguntas dos procuradores Rodrigo de Grandis e José Alfredo de Paula Silva.
O advogado da ex-vice-presidente do Banco Rural afirmou que ela assinou documentos por mera formalidade, sempre após receber relatório técnico.


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