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Senado chama tesoureiro do PT para depor
Líder do governo protesta e promete levar à mesma audiência escândalos com políticos oposicionistas
RENAN RAMALHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A oposição conseguiu ontem
aprovar um requerimento para
que o tesoureiro do PT, João
Vaccari Neto, preste depoimento no Senado. Ele é acusado de desviar recursos da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo)
para campanhas eleitorais do
partido. O tesoureiro nega.
Também foram convidados o
promotor José Carlos Blat, que
investiga o caso, o advogado da
cooperativa, Pedro Dallari, e o
doleiro Lúcio Bolonha Funaro,
um dos denunciantes e que ajuda nas investigações em troca
de redução da pena.
Ainda não há data marcada
para os depoimentos. A ida deles, porém, não é obrigatória.
Os convites foram aprovados
na Comissão de Direitos Humanos num momento em que
estava dominada por oposicionistas. Os governistas, que não
estavam presentes na reunião,
protestaram.
A líder do governo no Congresso, Ideli Salvatti (PT-SC),
prometeu levar à audiência outros escândalos: "Temos o
mensalão do DEM em Brasília,
o problema da Alstom em São
Paulo, a Yeda Crusius [PSDB]
no Rio Grande do Sul, o [prefeito] Beto Richa no Paraná".
"Não tem nada de eleição.
Quer dizer que em ano eleitoral
pode roubar à vontade que se
denunciar está fazendo politicagem?", disse o líder tucano na
Casa, Arthur Virgílio (AM).
Na mesma reunião, os senadores receberam 30 pessoas
que se dizem prejudicadas pela
Bancoop. Elas são parte de
3.000 cooperados que, segundo
o Ministério Público, não receberam imóveis após a quitação
de suas dívidas com a cooperativa. Os senadores decidiram
visitar as obras inacabadas.
Vaccari é acusado de repassar recursos da cooperativa,
que presidia, para empresas de
outros dirigentes que, por sua
vez, abasteciam campanhas de
petistas. A cooperativa tem
uma dívida estimada em R$
100 milhões e deixou de entregar imóveis pagos aos cooperados. Dos 53 empreendimentos
prometidos, 19 não chegaram a
sair do papel.
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