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Lista de suspeitos no mensalão do DF cresce
Promotores tentam impedir que 26 deputados e suplentes participem de votação para autorizar processo contra Arruda
Em janeiro, outros oito titulares e dois suplentes já haviam sido declarados suspeitos para tratar do impeachment de Arruda
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Novos depoimentos do delator do mensalão do DEM aumentaram a lista de políticos
suspeitos de participar do esquema de coleta e distribuição
de propina no Distrito Federal.
O Ministério Público do DF
recorreu à Justiça na tentativa
de impedir que 26 deputados e
suplentes participem da votação para autorizar a abertura
de processo contra o governador cassado José Roberto Arruda (sem partido), preso por tentar subornar uma testemunha.
Em janeiro, oito titulares e
dois suplentes haviam sido declarados suspeitos para tratar
do impeachment de Arruda.
Agora, são 12 distritais e 14
suplentes sob suspeição, segundo o Ministério Público.
"Há vários parlamentares
que, caso participem de votações que tratem da autorização
para processar o governador
Arruda, estarão violando frontalmente os deveres de honestidade, lealdade, eticidade, boa-fé e probidade", diz o pedido.
Os nomes dos políticos estão
em documentos apreendidos
pela Polícia Federal na casa do
conselheiro do Tribunal de
Contas Domingos Lamoglia e
do ex-presidente da Câmara do
DF, Leonardo Prudente.
Na semana passada, o delator
do mensalão, Durval Barbosa,
analisou os papéis e identificou
siglas e valores que, segundo
ele, se referem a operadores e
beneficiários dos pagamentos
de propina para deputados e
apoiadores do governo.
Para reforçar as afirmações,
Barbosa revelou que "cada grupo de deputado recebe por um
captador/pagador específico".
E admitiu mais uma vez que ele
era um dos responsáveis pela
missão de fazer funcionar o esquema criminoso.
O Ministério Público classificou como suspeitos ou impedidos nomes citados por Barbosa
ou que constam no inquérito
policial. Entre eles estão os deputados Aylton Gomes (PMN),
Benedito Domingos (PP), Benício Tavares (PMDB), Eurides
Brito (PMDB), Jaqueline Roriz
(PMN), Batista das Cooperativas (PRP), Rogério Ulysses
(sem partido), Rôney Nemer
(PMDB), Raimundo Ribeiro
(PSDB), Milton Barbosa
(PSDB) e os suplentes Pedro do
Ovo (PRP) e Geraldo Naves
(sem partido), convocados para
o lugar dos que renunciaram ao
mandato após o escândalo.
Mas pelo menos 14 suplentes, substitutos naturais desses
distritais, também estão sob
suspeição. "A compra e venda
clandestina do que, de forma
eufemística, chamou de apoio
político, parece ir além dos detentores de mandato popular",
afirma o Ministério Público.
Para justificar o pedido, os
promotores reproduzem na
ação trechos dos depoimentos
de Durval em que revela reuniões na residência oficial, com
Arruda, "nas quais as negociações de apoio político em troca
de dinheiro eram tratadas".
As novas declarações reforçam, segundo a ação, a necessidade de intervenção federal. "À
medida que as investigações
avançam, percebe-se que a organização criminosa instalada
no governo do DF possui extensas ramificações", afirmam
os promotores.
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