São Paulo, quinta-feira, 18 de março de 2010

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Em 8 horas, Câmara do DF aprova lei para fazer eleição indireta

Mudança foi aprovada em duas comissões e no plenário e agora depende apenas de mais uma votação, daqui a dez dias

Objetivo é afastar chance de uma intervenção federal ; procurador-geral rechaça manobra e diz que é prova da necessidade de intervir


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Para tentar se blindar contra uma possível intervenção federal, a Câmara Legislativa do DF se apressou ontem em aprovar o projeto que prevê votação indireta para governador e vice caso esses cargos fiquem vagos.
Em menos de oito horas, a proposta passou pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), pela Comissão Especial e ainda pelo plenário. Daqui a dez dias, o projeto terá de voltar ao plenário, para aprovação em segundo turno, por se tratar de emenda à Lei Orgânica do DF.
Oficialmente, os deputados afirmam que o corre-corre não tem relação com o temor de uma intervenção no DF.
Depois que o projeto for aprovado, a eleição indireta pode ser realizada em até 30 dias.
Hoje, a lei estabelece uma linha sucessória para a substituição de governador e vice -assumiria o presidente da Câmara Legislativa, seu vice ou o presidente do Tribunal de Justiça do DF. Com a mudança, o DF seguiria o mesmo que estabelece a Constituição Federal.
No mesmo dia em que a eleição indireta foi aprovada, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, criticou a proposta. Para ele, os deputados não têm legitimidade para escolher um novo sucessor.
"Quem serão os eleitores? Os mesmos deputados envolvidos? Seria a prova mais eloquente da necessidade de intervenção. Porque temos os mesmos deputados acusados de participação nesse esquema criminoso que domina o DF elegendo um novo governador", afirmou Gurgel, autor de pedido de intervenção federal.
Agora, os deputados correm para tentar definir nomes para a possível eleição indireta. O governador interino do DF, Wilson Lima, é defendido por parte dos governistas. Mas há também uma frente que quer buscar um nome de fora da Câmara, na tentativa de mostrar isenção. (LARISSA GUIMARÃES, LUCAS FERRAZ E NANCY DUTRA)


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