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Parentes encontram ossadas no Araguaia
Após fracasso de operação da Defesa, irmã de guerrilheiro faz escavação e acha restos mortais no PA
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Policiais federais, representantes do Ministério Público
Federal e peritos do IML (Instituto Médico Legal) do Pará
recolheram na segunda-feira,
em uma escavação em Brejo
Grande (cidade 620 km a sudeste de Belém), restos mortais
que podem ser de um ou mais
guerrilheiros desaparecidos na
região do Araguaia na primeira
metade dos anos 70.
Foram encontrados pedaços
de crânio, parte de uma mandíbula, dentes e um osso que pode ser do dedo de uma mão. O
terreno havia sido parcialmente revolvido no sábado por parentes do guerrilheiro Antônio
Teodoro de Castro, o Raul.
A irmã dele, Mercês Castro,
49, percorre o Araguaia desde o
ano passado em busca dos restos mortais de Raul. Um mateiro indicou a ela onde teriam sido enterrados três guerrilheiros. O ponto fica na fazenda Tabocão, a 30 metros da área escavada pelo GTT (Grupo de
Trabalho Tocantins) em 2009.
O GTT foi criado pelo Ministério da Defesa para, em obediência a uma ordem da Justiça
Federal, buscar restos mortais
dos cerca de 60 guerrilheiros
desaparecidos há quase 40
anos na floresta amazônica.
Nenhum osso foi encontrado.
Assim que achou os primeiro
vestígios -pedaços de crânio e
mandíbula-, Mercês interrompeu a escavação improvisada e contatou a 23ª Brigada de
Infantaria de Selva do Exército,
em Marabá.
Mercês e seu marido, Jadiel
Camelo, também procuraram
em Marabá o procurador da
República Tiago Modesto, que
montou uma equipe de policiais federais, peritos e legistas.
A equipe ampliou a área escavada e encontrou mais fragmentos de crânio, um pedaço
de tecido de tom avermelhado,
uma corda com nós, uma sola
de calçado e ossos variados.
O material recolhido está sob
a guarda do Ministério Público
Federal e do IML do Pará, que
deverá realizar perícia. A ideia é
comparar o DNA dos ossos com
o de parentes dos guerrilheiros.
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