São Paulo, quinta-feira, 18 de março de 2010

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Parentes encontram ossadas no Araguaia

Após fracasso de operação da Defesa, irmã de guerrilheiro faz escavação e acha restos mortais no PA

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Policiais federais, representantes do Ministério Público Federal e peritos do IML (Instituto Médico Legal) do Pará recolheram na segunda-feira, em uma escavação em Brejo Grande (cidade 620 km a sudeste de Belém), restos mortais que podem ser de um ou mais guerrilheiros desaparecidos na região do Araguaia na primeira metade dos anos 70.
Foram encontrados pedaços de crânio, parte de uma mandíbula, dentes e um osso que pode ser do dedo de uma mão. O terreno havia sido parcialmente revolvido no sábado por parentes do guerrilheiro Antônio Teodoro de Castro, o Raul.
A irmã dele, Mercês Castro, 49, percorre o Araguaia desde o ano passado em busca dos restos mortais de Raul. Um mateiro indicou a ela onde teriam sido enterrados três guerrilheiros. O ponto fica na fazenda Tabocão, a 30 metros da área escavada pelo GTT (Grupo de Trabalho Tocantins) em 2009.
O GTT foi criado pelo Ministério da Defesa para, em obediência a uma ordem da Justiça Federal, buscar restos mortais dos cerca de 60 guerrilheiros desaparecidos há quase 40 anos na floresta amazônica. Nenhum osso foi encontrado.
Assim que achou os primeiro vestígios -pedaços de crânio e mandíbula-, Mercês interrompeu a escavação improvisada e contatou a 23ª Brigada de Infantaria de Selva do Exército, em Marabá.
Mercês e seu marido, Jadiel Camelo, também procuraram em Marabá o procurador da República Tiago Modesto, que montou uma equipe de policiais federais, peritos e legistas.
A equipe ampliou a área escavada e encontrou mais fragmentos de crânio, um pedaço de tecido de tom avermelhado, uma corda com nós, uma sola de calçado e ossos variados.
O material recolhido está sob a guarda do Ministério Público Federal e do IML do Pará, que deverá realizar perícia. A ideia é comparar o DNA dos ossos com o de parentes dos guerrilheiros.


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