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CONSENSO MÍNIMO
Presidente deverá se reunir com as bancadas de vários partidos para convencer deputados a votar com o governo
Lula fará ofensiva pessoal por reformas
WILSON SILVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva vai se envolver pessoalmente
na ofensiva de convencimento de
deputados, não só do PT, para
tentar aprovar ainda neste ano as
propostas das reformas tributária
e da Previdência, com o mínimo
possível de mudanças em relação
aos projetos do governo.
O esforço do presidente se concentrará na reforma da Previdência, tema sensível para a bancada
do PT por contrariar interesses de
servidores públicos, importante
fatia do eleitorado petista.
Lula pediu ao presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP),
que organize jantares em sua casa
com deputados, a começar pelos
do PT, depois com os de outros
partidos, a quem ele pretende explicar pessoalmente as propostas.
O presidente espera que o PT
vote unido na proposta de reforma da Previdência que deverá ser
enviada no próximo dia 30 ao
Congresso Nacional, apesar da
forte resistência a alguns pontos,
principalmente a cobrança de
contribuição de inativos.
Como parte da estratégia de
convencimento dos deputados, o
PT fará dois seminários nos próximos dias, um sobre reforma da
Previdência e outro sobre estratégias de desenvolvimento econômico. Esse segundo seminário foi
planejado pela direção do partido
na esperança de reduzir as críticas
à política econômica do governo.
O Planalto considera que a resistência às reformas vai ser contornada após uma ampla exposição das propostas do governo,
que abordará principalmente os
aspectos técnicos, mas sem desconsiderar os aspectos políticos.
A reação negativa do presidente
do Supremo Tribunal Federal,
Marco Aurélio de Mello, não é vista pelo governo como um empecilho à reforma da Previdência.
Marco Aurélio disse que os servidores já aposentados "têm uma
situação constituída", não podendo ser atingidos pela reforma.
Segundo o Planalto, quando necessário, como no caso da tributação de inativos, as alterações serão feitas por emenda constitucional, sem deixar brechas para
eventuais contestações judiciais.
Outra estratégia do governo federal para obter apoio às reformas é fazer uma ampla campanha
publicitária para divulgar seus
objetivos. A idéia é mostrar a importância das reformas para a
economia do país.
Governadores
Sobre a reunião com os governadores, Lula disse ontem, por
meio do seu porta-voz, André
Singer, que estava "muito feliz"
com o resultado. Na reunião, foi
fechada uma proposta de consenso para as reformas. Os governadores se comprometeram a voltar
a Brasília no dia 30 para acompanhar Lula na entrega das propostas ao Congresso.
Sobre a nota divulgada ontem
em que o PMDB declara apoio às
reformas e ao governo, do qual,
porém, declara-se independente,
Singer disse que Lula confia na
responsabilidade do partido.
"O presidente considera que a
relação do governo com o PMDB
é muito boa [...] e confia na responsabilidade do partido na apreciação dos projetos de reforma."
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