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São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 2003

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CONSENSO MÍNIMO

Presidente deverá se reunir com as bancadas de vários partidos para convencer deputados a votar com o governo

Lula fará ofensiva pessoal por reformas

WILSON SILVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai se envolver pessoalmente na ofensiva de convencimento de deputados, não só do PT, para tentar aprovar ainda neste ano as propostas das reformas tributária e da Previdência, com o mínimo possível de mudanças em relação aos projetos do governo.
O esforço do presidente se concentrará na reforma da Previdência, tema sensível para a bancada do PT por contrariar interesses de servidores públicos, importante fatia do eleitorado petista.
Lula pediu ao presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), que organize jantares em sua casa com deputados, a começar pelos do PT, depois com os de outros partidos, a quem ele pretende explicar pessoalmente as propostas.
O presidente espera que o PT vote unido na proposta de reforma da Previdência que deverá ser enviada no próximo dia 30 ao Congresso Nacional, apesar da forte resistência a alguns pontos, principalmente a cobrança de contribuição de inativos.
Como parte da estratégia de convencimento dos deputados, o PT fará dois seminários nos próximos dias, um sobre reforma da Previdência e outro sobre estratégias de desenvolvimento econômico. Esse segundo seminário foi planejado pela direção do partido na esperança de reduzir as críticas à política econômica do governo.
O Planalto considera que a resistência às reformas vai ser contornada após uma ampla exposição das propostas do governo, que abordará principalmente os aspectos técnicos, mas sem desconsiderar os aspectos políticos.
A reação negativa do presidente do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio de Mello, não é vista pelo governo como um empecilho à reforma da Previdência.
Marco Aurélio disse que os servidores já aposentados "têm uma situação constituída", não podendo ser atingidos pela reforma.
Segundo o Planalto, quando necessário, como no caso da tributação de inativos, as alterações serão feitas por emenda constitucional, sem deixar brechas para eventuais contestações judiciais.
Outra estratégia do governo federal para obter apoio às reformas é fazer uma ampla campanha publicitária para divulgar seus objetivos. A idéia é mostrar a importância das reformas para a economia do país.

Governadores
Sobre a reunião com os governadores, Lula disse ontem, por meio do seu porta-voz, André Singer, que estava "muito feliz" com o resultado. Na reunião, foi fechada uma proposta de consenso para as reformas. Os governadores se comprometeram a voltar a Brasília no dia 30 para acompanhar Lula na entrega das propostas ao Congresso.
Sobre a nota divulgada ontem em que o PMDB declara apoio às reformas e ao governo, do qual, porém, declara-se independente, Singer disse que Lula confia na responsabilidade do partido.
"O presidente considera que a relação do governo com o PMDB é muito boa [...] e confia na responsabilidade do partido na apreciação dos projetos de reforma."


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