São Paulo, quarta-feira, 18 de abril de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Ministro novo

Em encontro amanhã no Palácio do Planalto, Lula convidará Roberto Mangabeira Unger, professor titular de direito na Universidade Harvard, a assumir a Secretaria Especial de Ações de Longo Prazo, órgão com status de ministério a ser criado pelo presidente. Fundador e vice-presidente do PRB, partido de José Alencar, Mangabeira coordenou o programa de governo de Ciro Gomes na campanha de 2002.
Ficarão sob o guarda-chuva da nova secretaria o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), hoje vinculado ao Ministério do Planejamento, e o NAE (Núcleo de Assuntos Estratégicos), órgão criado em 2004 e que já foi chefiado pelo petista Luiz Gushiken.

Me aguarde. O PMDB do Rio, que encontra dificuldade em emplacar nomes como Moreira Franco e Luiz Paulo Conde no segundo escalão, já sabe como amolecer o governo. O instrumento será a CCJ da Câmara, presidida pelo peemedebista Leonardo Picciani, que em breve analisará a prorrogação da CPMF.

Sem fronteiras. Um grão-petista comenta o apetite do maior partido da coalizão: "Para dar todos os cargos que o PMDB quer, Lula teria de invadir a Argentina e tomar os ministérios do Kirchner".

Eu não. A Abin nega ter produzido relatório sobre o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, que chegou a ser cotado para substituir o general Jorge Félix no comando da agência.

Quero ficar. Demian Fiocca fez ontem longa exposição no Senado sobre os resultados do BNDES. Dividida em capítulos com títulos vendedores como "Fazendo mais rápido" e "Fazendo mais que antes", a peça foi vista como parte do esforço do presidente para manter sua cobiçada cadeira.

Penas voando. Apoiado por José Serra e Aécio Neves, o fim da reeleição foi combatido por fernandistas como José Anibal e Arnaldo Madeira e alckmistas como Edson Aparecido em reunião da bancada tucana ontem da Câmara.

Álcool. O usineiro João Tenório (PSDB-AL) foi o único senador convidado a almoçar com Jeb Bush em Brasília.

Página virada. O senador Aloizio Mercadante (PT-SP), relator da proposta de estadualização das leis penais, dará parecer contrário à mudança, bandeira do governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ).

Sorria! Renan Calheiros (PMDB-AL) e Arlindo Chinaglia (PT-SP) tiveram uma conversa sobre a necessidade de um mínimo de civilidade entre ambos. Programam para os próximos dias a foto de um aperto de mão para selar, ao menos publicamente, a paz entre Câmara e Senado.

Amazônia. O ex-governador Jorge Viana descarta a hipótese de desentendimento com Marina Silva a propósito do projeto para prospectar gás e petróleo no Acre, defendido por seu irmão Tião e combatido pela ministra. "A relação que temos vai muito além da política. É uma relação de vida", diz o petista. "Como sempre afirma Marina, nós não temos uma causa. É a causa que nos tem."

Nova era. CUT e Força Sindical se uniram para tentar levar Lula a suas respectivas festas de 1º de Maio. Dirigentes se dispuseram a criar um "mistão" das duas centrais para acompanhar o presidente nos dois palanques.

Jugular. Enquanto Aécio se reunia com deputados tucanos segunda em BH, líderes de entidades policiais em campanha salarial queimavam "caixão" do governador.

Pró-candidato. A Justiça concedeu liminar favorável a vereadores de Bragança Paulista que, por terem trocado de sigla, estavam ameaçados de cassação com base no entendimento do TSE relativo à fidelidade partidária.

Tiroteio

"Confio na palavra do presidente Lula, mas estou indignado com o comportamento da Petrobras, que se pôs, de forma imoral, a serviço do lobby".
Do deputado CIRO GOMES (PSB-CE) sobre a demora da estatal em definir se fornecerá gás para a implantação de uma siderúrgica no Ceará.

Contraponto

Tudo menos isso

Em solenidade ontem no Palácio das Laranjeiras, Sérgio Cabral circulava entre artistas que tomariam posse no Conselho de Cultura do Rio de Janeiro. Ao avistar Martinho da Vila, o peemedebista puxou conversa a respeito da Operação Furacão, da Polícia Federal:
-E o envolvimento dos bicheiros, o que você acha?
Lembrando que um dos presos coordenou os jurados na Sapucaí, o sambista baixou o tom de voz para responder:
-Olha, governador, o povão não tá nem aí pra Mercedes e esse dinheirão todo apreendido. Mas se mexeram mesmo no resultado do Carnaval a coisa vai ficar feia!


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