São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Lá vem a noiva

Dilma Rousseff, que hoje casa a filha em Porto Alegre, tem outros assuntos a mobilizar seu interesse na capital gaúcha. Depois de apoiar o nome derrotado na prévia que escolheu o candidato do PT à prefeitura, a ministra, dita técnica, está fazendo muita política para ajudar a vitoriosa Maria do Rosário. Na terça, reuniu em jantar o presidente do PT, Ricardo Berzoini, e José Alencar. O PRB, partido do vice, negociava aliança com Manuela D'Ávila (PC do B), mas pisou no freio. Também por intervenção de Dilma, o PR, outra sigla que ameaçava ir de Manuela, deve apoiar Rosário.
O movimento para se recompor com o grupo petista que venceu em Porto Alegre é visto como um seguro: se a candidatura presidencial não rolar, a ministra terá semeado terreno para disputar o governo estadual.



Pára tudo 1. Com a benção de Valdemar Costa Neto, expoente do mensalão que ainda manda um bocado no PR, a direção estadual havia acertado o apoio a Manuela. O acordo foi desfeito pelo ministro do partido, Alfredo Nascimento (Transportes).

Pára tudo 2. De Nascimento, explicando seu gesto a correligionários: "Como é que eu posso falar não para a nossa candidata a presidente?".

Colateral. Que Dilma não espere tão cedo alguma boa vontade do PC do B. O partido está vermelho de raiva com a ação da ministra para minar as chances da musa Manuela.

Ocean's Eight. A escolha dos membros da CPI mista dos Cartões que terão acesso aos documentos sigilosos do TCU rendeu uma alcunha ao privilegiado grupo: "Oito Homens e um Segredo".

Não precisa. Enquanto parlamentares se acotovelavam por uma vaga no time que terá acesso ao material do TCU, Carlos Willian (PTC-MG), um dos mais empenhados em melar a investigação, dizia em alto e bom som que não quer ver papel nenhum.

Da vida. Do ex-ministro da Fazenda e hoje consultor Mailson da Nóbrega: "Ao dizer que a alta dos juros e a derrota do Corinthians teriam causado seu torcicolo, Lula foi realista. Mesmo que não tenha gostado, nada poderia ter feito contra esses dois fatos.

Na cabeça. Os policiais que realizaram a perícia técnica no trem que teve a passagem bloqueada por garimpeiros e sem-terra no Pará, em ferrovia administrada pela Vale, usavam capacetes com a logomarca da empresa.

Linha e agulha. O site do MST dizia ontem que os sem-terra haviam ocupado fazenda de Clodovil Hernandes (PR-SP) em Goiás. O deputado considerou uma brincadeira. "Para mim, como estilista, fazenda é um tecido. Não teria como fazer reintegração de posse". Acrescentou: "Deve ser a primeira vez que os sem-terra dão terra a alguém".

Fui eu. Em campanha para suceder Arlindo Chinaglia (PT-SP) na presidência da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI) espalha que o aumento da verba de gabinete para R$ 60 mil foi conquista sua. Diz ter lutado por R$ 65 mil.

Outra língua 1. A pedido de Geraldo Alckmin, a bancada paulistana do PSDB terá reunião com o ex-governador. Os vereadores já têm o discurso pronto: farão um "apelo" pela aliança com o DEM.

Outra língua 2. Os vereadores do PSDB, em sua maioria favoráveis à reeleição de Gilberto Kassab, alegam que Alckmin se uniu, na periferia da cidade, a neotucanos que disputarão votos com eles em busca de uma cadeira na Câmara Municipal.

Corte. Aécio Neves (PSDB-MG) incluiu Aldo Rebelo (PC do B-SP) na lista dos agraciados com a Medalha da Inconfidência, na segunda. O afago é mais um gesto do governador mineiro em direção ao chamado "bloquinho", que tem ainda PSB e PDT.

Tiroteio

Se um reitor de universidade não vê problema em colocar dinheiro público no bolso, então está valendo tudo: no bolso, na meia, na cueca...

Do deputado VIC PIRES (DEM-PA), ironizando explicação dada por Ulysses Fagundes Neto, da Unifesp, sobre seus gastos irregulares com cartão corporativo. Para ele, "era como uma diária, um dinheiro que você bota no bolso e não tem de explicar".

Contraponto

Pra ele eu estou

O ex-deputado José Priante (PMDB-PA) conversava com colegas ontem, no aeroporto de Brasília, quando avistou Lívio Assis, indicado de Jader Barbalho que há meses aguarda a nomeação para presidir a Eletronorte.
-Lívio, você não atende celular?-, cobrou Priante.
-É que deixo sempre na bolsa-, justificou Assis.
Nisso, ambos começaram a ouvir o toque do telefone.
-Atende, Lívio, vai ver é o Edison Lobão!-, brincou Priante, referindo-se ao ministro de Minas e Energia, pasta que tem a Eletronorte sob seu guarda-chuva.
Mais do que depressa, Assis abriu a pasta para atender à chamada. Todos caíram na risada.


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