São Paulo, sábado, 18 de maio de 2002

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PAINEL

Efeito manada
Com a "queda" de Henrique Alves (RN), Serra ganhou força para impor o seu vice, mas aumentaram as dificuldades para aprovar a coligação na convenção do PMDB. Alguns diretórios do Nordeste ameaçam se rebelar e optar por deixar o partido livre para alianças nos Estados.

Agenda lotada
Serra e seus principais aliados não ficaram exatamente chateados com a queda de Henrique Alves. Dizem que é melhor ter problemas na chapa agora do que às vésperas da eleição. O que os incomoda mesmo é a série de fatos negativos na campanha.

Contra-informação
A cúpula do PMDB apressou-se em espalhar ontem que Henrique Alves era apenas um dos nomes cotados para a vice de José Serra. Puro despiste.

Pelo cansaço
Na quarta-feira à noite, o PMDB havia batido o martelo para indicar Henrique Alves e abortado uma tentativa de Serra de indicar Rita Camata para a vice. Agora, enfraquecida pela queda de Alves, a cúpula do partido vai ter de engolir o nome preferido pelo presidenciável.

Ode à fidelidade
Comentário frequente ontem entre parlamentares: político não pode ter ex-mulher.

Pai da criança
Ao sinalizar que aceitará Rita Camata ou outro nome a ser indicado pelo tucano, a cúpula do PMDB quer dividir responsabilidades. Se der algum problema, Serra não poderá reclamar.

Esqueçam o que xinguei
O PT tem em seus arquivos discursos de Rita Camata contra o governo e fotos de manifestações "Fora FHC" em Vitória (ES), com faixas assinadas pela deputada. A intenção é utilizar o material assim que Rita for confirmada como vice de Serra.

Remédio genérico
Se Rita Camata for mesmo confirmada como vice de Serra, ganha força o nome da senadora Marina Silva (PT-AC) para formar a chapa de Lula.

Temporada de caça
Uma presidenciável e dois vices já caíram antes do início oficial da campanha. A bolsa de apostas de Brasília pergunta: quem será o próximo?

Sociedade servidora
O Senado aprovou o nome dos 13 membros do Conselho de Comunicação Social, que, entre outras coisas, fiscalizará a entrada de capital estrangeiro nas empresas de comunicação. Entre os cinco representantes indicados pela "sociedade civil", há três funcionários do Congresso.

Lista difícil
A lista do conselho precisa ser ratificada pela Câmara, o que não será fácil. Só o PT quer a mudança de três titulares e cinco suplentes. "O Congresso tem que indicar os membros, não escolher seus funcionários para representar a sociedade", reclama Walter Pinheiro (PT-BA).

Âncora humana
É comentário corrente na Frente Trabalhista que Ciro Gomes tem um pé-de-chumbo. Chama-se Roberto Freire.

Ombudsman
Anthony Garotinho (RJ) fez as contas e concluiu que foi "prejudicado" nas entrevistas com os presidenciáveis no programa de Jô Soares. A do pré-candidato do PSB durou 38 minutos. A de Lula (PT), 1h05, e a de Serra (PSDB), "mais de uma hora".

Relatório de atividades
Depois de cada ato ou inauguração, a prefeita de SP, Marta Suplicy (PT), invariavelmente telefona para Luis Favre. Para relatar como foi o evento.

Visita à Folha
Luciano Coutinho, professor titular do Instituto de Economia da Unicamp (Universidade de Campinas) e colunista da Folha, visitou ontem o jornal, onde foi recebido em almoço.

TIROTEIO

De Nelson Biondi, que divide o comando do marketing de Serra com Nizan Guanaes, sobre a disparada de Lula:
- Ninguém ganhou nada ainda. A não ser os institutos de pesquisas e algumas pessoas no mercado financeiro. Por ora, as pesquisas refletem apenas uma simples lembrança. E lembrança não elege ninguém.

CONTRAPONTO

Capital e trabalho

As cúpulas do PT e do PL jantaram num hotel de Brasília, na última quarta-feira, e discutiram a possibilidade de um apoio formal a Lula.
Logo no início do encontro, os presidentes dos dois partidos, José Dirceu (PT) e Valdemar Costa Neto (PL), apresentaram os participantes do jantar.
Um dos petistas convidados era o secretário de Organização, Luiz Dulce. Assim que ouviu o cargo de Dulce, o senador José Alencar (PL-MG) se empolgou:
- Que beleza, Valdemar, que colosso! Secretário de organização. Nenhum partido tem isso!
Enquanto Valdemar tentava mudar de assunto, Alencar prosseguia elogiando o PT:
- O PL não tem isso. Nosso partido é desorganizado. Também precisamos de um secretário de organização!
Valdemar perdeu a paciência:
- Calma, senador, nosso PL não é uma de suas empresas!



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