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Deputado nega que tenha US$ 15 mi no exterior
RANIER BRAGON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS
O deputado Henrique Eduardo
Alves divulgou no final da tarde
de ontem em Natal (RN) uma nota em que classifica como "delirante" a suposição de que teria
US$ 15 milhões aplicados no exterior. Ele afirma que a revista "IstoÉ" utilizou-se de um processo
em que a ex-mulher pretende
uma partilha de bens que ele "não
tem" e "benefícios financeiros"
dos quais ele não dispõe.
O deputado diz ainda que o processo aguarda decisão judicial e
que a revista extraiu da papelada
apenas as argumentações dos advogados da sua ex-mulher, tendo
ignorado o contraditório apresentado por ele.
Henrique Alves não deu entrevistas nem detalhou qual foi o teor
de sua defesa no processo, afirmando apenas, ainda na nota, que
movimentou "há alguns anos"
um cartão de crédito no exterior
para pagar contas ""da família".
Enquanto preparava a nota,
membros de seu clã político e deputados do Rio Grande do Norte
já avaliavam reservadamente como certa a inviabilização de seu
nome para compor a chapa de José Serra. Segundo eles, como já
havia resistência a Alves por parte
de setores do PSDB e do próprio
Serra, que preferiam um peemedebista com mais densidade eleitoral, a reportagem da "IstoÉ" pode ser usada como argumento para a troca do nome.
O clã -um dos mais antigos do
Nordeste e que controla atualmente o poder no Estado- já comenta abertamente acreditar na
possibilidade de ter ocorrido alguma manobra política no caso.
"É viável ter dedo de alguém que
não queria que Henrique fosse o
vice de Serra. Já que não havia nada contra ele, resolveram apelar",
afirma o ex-governador Garibaldi
Alves Filho, primo do deputado.
Se o deputado for mesmo preterido e a desconfiança se consolidar no clã, a situação pode levar
os Alves a engrossar a ala peemedebista que vai votar contra a coligação com os tucanos na convenção partidária de 15 de junho.
Outra preocupação dos Alves é
a dificuldade que Alves terá em
arranjar alguma candidatura, caso não seja o vice de Serra. O deputado era o candidato da família
ao governo do Estado. Com a possibilidade de ser vice dos tucanos,
ele abriu mão de sua campanha, o
que levou o grupo a escolher outro candidato, o atual governador
Fernando Freire (PPB).
"Consultaram ele [Alves" em
um primeiro momento e ele não
quis, mas, depois de muita insistência, aceitou. Como era candidato a governador, deixou de ser.
Agora teria que aparecer de novo
candidato a governador? Ficaria
muito enfraquecido", disse ex-ministro Aluísio Alves, pai de Alves e chefe político do clã.
A avaliação da família é que ele
não teria força para retomar a
candidatura. O deputado poderia
optar em ser o candidato da família ao Senado, mas para isso teria
que articular a improvável desistência de Garibaldi ao posto.
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