São Paulo, sábado, 18 de maio de 2002

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Petista diz que tem "adversários progressistas", e não "inimigos"

FÁBIO ZANINI
ENVIADO ESPECIAL A BAURU E MARÍLIA

O presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez coro ontem com o presidente Fernando Henrique Cardoso, declarando que seus adversários na corrida presidencial são todos "progressistas".
"Esta é uma eleição atípica, porque eu não tenho inimigos políticos, tenho adversários. Até porque já estive no mesmo palanque que [José" Serra [PSDB", Ciro [Gomes, do PPS" e [Anthony" Garotinho [PSB" em algum momento no passado", declarou Lula, durante visita à região de Bauru.
O petista citou como exemplos de lutas comuns a resistência ao regime militar e a campanha das Diretas Já. No caso de Garotinho, lembrou a campanha para o governo do Estado em 1998, quando ele foi apoiado pelo PT.
"Temos condições de fazer uma campanha com deferência, com respeito. A menos que alguém me ofenda na honra pessoal. Aí, vou para a Justiça", declarou o petista.
Sobre a coincidência de pensamento com FHC, disse que "não há erro em haver concordância". "[Anteontem" mesmo, elogiei o programa de direitos humanos que o presidente apresentou."
Ele se disse de acordo com análises recentes de que todos os pré-candidatos a presidente estão com discurso parecido. "Está todo mundo querendo ser de esquerda. Acho que estão copiando o programa do PT." Lula disse que quer governar com partidários de Ciro e Garotinho, mas não quis responder se poderia buscar o apoio dos tucanos.
Em Presidente Prudente (SP), Lula ironizou a crise envolvendo Henrique Alves, o ex-favorito a ser vice na chapa de Serra. "Talvez [o mercado econômico" esteja agitado porque descobriram quem é o vice dele [Serra"."
O petista saiu ontem em socorro dos deputados federais José Genoino e Aloizio Mercadante, tornando-se cabo eleitoral de seus dois colegas de partido.
Genoino, pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, e Mercadante, que disputará o Senado, têm tido dificuldades em deslanchar suas campanhas. De acordo com a última pesquisa Datafolha, Genoino tem 7% das intenções de voto no cenário mais provável e até agora não conseguiu quebrar a polarização entre Geraldo Alckmin (PSDB) e Paulo Maluf (PPB), na casa dos 30 pontos.
Em eventos e entrevistas nas cidades de Bauru e Marília, fez questão de elogiar seus companheiros de partido durante grande parte de seus discursos.


Colaborou EDUARDO SCOLESE, da Agência Folha, em Presidente Prudente



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