WILSON SILVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar de dizer que é apenas "um simples zelador" do Palácio do Planalto, o presidente interino da República, Marco Aurélio de Mello, reuniu ontem quase 300 pessoas para sancionar o projeto de lei que cria a TV Justiça.
Programada para ser o ponto alto da interinidade de sete dias de Marco Aurélio, a cerimônia começou com uma gafe do ministro das Comunicações, Juarez Quadros. Ele chamou o presidente interino de Celso de Mello -que presidiu o Supremo Tribunal Federal entre 97 e 99.
O engano, corrigido depois de alguns minutos, provocou risos contidos na platéia, formada de presidentes de tribunais, juízes, procuradores, advogados e funcionários do STF.
Entre as autoridades presentes na cerimônia havia quatro ministros de Estado, dois ministros do STF, o governador Joaquim Roriz (DF) e o presidente interino da Câmara, Efraim Morais.
Em seu discurso, Marco Aurélio disse que recebeu do presidente Fernando Henrique Cardoso, que está na Europa, a incumbência de sancionar ou vetar o projeto.
Marco Aurélio reduziu ontem o ritmo de audiências que adotou no Planalto desde quarta-feira.
O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, não estava na agenda, mas foi recebido no início da tarde. Marco Aurélio disse que o assunto foi a liberdade de imprensa, "algo que deve ser refletido e que possui enorme valia".
Na entrevista, o presidente interino aproveitou para "abrir as portas do palácio" para os demais pré-candidatos, até terça-feira, quando termina sua interinidade.

TV Justiça
A TV Justiça deverá começar a ser transmitida pelas emissoras de TV paga em 11 de agosto.
O canal vai transmitir ao vivo as sessões do STF e outras sessões de outros tribunais, além de veicular um noticiário de meia hora a partir das 19h. Ainda não se sabe qual será o custo operacional.



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