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Coronel tenta anular condenação por Carajás
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
Os advogados de defesa do coronel Mário Pantoja, condenado a
228 anos de prisão pela morte de
19 sem-terra no caso Eldorado do
Carajás, entraram ontem com recurso no Tribunal de Justiça do
Pará para anular o julgamento do
oficial da Polícia Militar.
Pantoja responde o crime em liberdade por não ter antecedentes
criminais e ser réu primário. Ele
foi condenado a 12 anos de prisão
por cada uma das 19 mortes ocorridas em 17 de abril de 1996.
A defesa diz que não há provas
nos autos que incriminem o coronel. "Como pode o júri absolver o
capitão [Raimundo Almendra
Lameira" e condenar o Pantoja
com as mesmas provas, sendo
que ambos estavam no comando
da tropa?", questionou o advogado Roberto Lauria.
O advogado diz também que o
Ministério Público mudou a acusação no plenário. "A linha acusatória apresentada não constava na
denúncia e na pronúncia", disse.
Para a defesa, os promotores
sustentaram no julgamento anterior, em 99, que o inicio da ação
da PM era legítima e que só depois houve excesso dos policiais.
Anteontem a Promotoria defendeu que os sem-terra avançaram contra os PMs para resgatar
um companheiro morto, Amâncio Rodrigues. "Eles alteraram o
teor da denúncia", disse Lauria.
Pantoja e Lameira comandavam 89 homens vindos de Marabá (PA). O major José Maria Oliveira comandava 66 PMs vindos
de Parauapebas (PA). Oliveira será julgado na próxima terça.
O envio das tropas foi ordenado
pelo governador do Pará, Almir
Gabriel (PSDB), para desobstruir
a rodovia PA-150, no sul do Pará.
O Ministério Público do Pará
entrará com recurso no TJ na próxima segunda pedindo a anulação
do julgamento de Lameira.
Os promotores querem que ele
seja submetido a novo julgamento. "O capitão tinha voz de comando na tropa e, por isso, teve
participação direta nas mortes",
afirma o promotor Marco Aurélio
Nascimento. Ele contesta também a decisão da Justiça de permitir que Pantoja recorra em liberdade.
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