São Paulo, terça-feira, 18 de maio de 2004

Próximo Texto | Índice

PAINEL

O homem que calculava
José Sarney fez as contas e disse a João Paulo que tem os votos necessários para aprovar no Senado a reeleição das Mesas legislativas. A disposição de seu grupo para apoiar o tucano Tasso Jereissati caso a emenda naufrague parece estar surtindo efeito.

Mudança de hábito
Em nota divulgada ontem, o peemedebista Renan Calheiros considerou o projeto da reeleição casuístico porque beneficiará os atuais presidentes da Câmara e do Senado. Em 1997, isso não o demoveu de apoiar a emenda que garantiu segundo mandato a Fernando Henrique.

Moeda de troca
Jorge Bornhausen, presidente nacional do PFL, contrariou-se com a bancada do partido na Câmara, que fechou apoio à emenda que permitirá reeleger João Paulo Cunha. Acha que a sigla deveria ter condicionado o endosso a acordo na medida provisória do salário mínimo.

Todos me querem
Presidentes de dois partidos da base governista pediram encontros reservados com José Dirceu nesta semana. Ambos receberam resposta positiva. O chefe da Casa Civil faz que não é com ele, mas adora ver aliados dando a volta no ministro Aldo Rebelo (Coordenação Política).

Leve respiro
O Palácio do Planalto aposta em uma diminuição mínima da taxa básica de juros na reunião do Copom que começa hoje. Acredita que, se a Selic for mantida exatamente como está, aumente muito a pressão sobre o ministro Antonio Palocci.

Carga pesada
Ocorrência inusitada na madrugada de quinta em SP: caminhão lotado de processos de varas do trabalho que seguia para o novo prédio do TRT sofreu tentativa de assalto na "cracolândia". Com uniforme similar ao da PF, seguranças do tribunal conseguiram impedir a ação.

Primeira pedra
No encontro ontem em Goiânia, prefeitos de oposição avisaram a Lula que o grau de beligerância contra o governo federal na campanha dependerá do presidente. Se o Planalto privilegiar cidades administradas por aliados na liberação de recursos, será criticado mais duramente.

Terceira via
Preterido pelo PFL na disputa paulistana, o senador Romeu Tuma propôs ao peemedebista Michel Temer e a Campos Machado a formação de uma frente contra tucanos e petistas na capital. O segundo, sonhando em vê-lo no PTB, ficou de pensar.

Em retirada
Com a alegação de que faltariam recursos financeiros para sua campanha, o senador tucano Teotônio Vilela anunciou ontem que desistiu de disputar a Prefeitura de Maceió. Agora, seu grupo político, que inclui o PMDB, deverá apoiar Alberto Sexta-Feira, do PSB.

Visitas à Folha
Claudio Vaz, diretor titular do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos e candidato à presidência da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Ney Figueiredo, diretor da Cepac Pesquisa & Comunicação, e de Liliana Lavoratti, assessora de imprensa.
 
Ciro Mortella, presidente-executivo da Febrafarma (Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Omilton Visconde Jr., presidente do Conselho Diretor, e de Dan Gedankien, da FSB Comunicações, assessor de imprensa.
 
Wendy Arenas Wightman, diretora de Responsabilidade Social da Casa Editoral El Tiempo, de Bogotá, Colômbia, visitou ontem a Folha.

TIROTEIO

Do líder de Marta Suplicy na Câmara, João Antônio , sobre a pressão do PT federal para que a prefeita aceite ceder ao PMDB o posto de vice em sua chapa:
-Também queremos a aliança, mas ela não passa só pelo posto de vice. Obviamente, os peemedebistas querem participação maior em Brasília. Com um pouco de esforço nosso e do governo federal, ainda é possível fechar a coligação.

CONTRAPONTO

Dose de sinceridade

O deputado petista Doutor Rosinha (PR), presidente da Comissão do Mercosul da Câmara, viajou na semana passada para Santiago, onde participou de um encontro para tratar da integração da América do Sul.
Durante dois dias, estiveram reunidos na capital chilena os presidentes de comissões ligadas ao Mercosul de todos os Legislativos da região. Ao final dos trabalhos, o grupo participou de um evento de confraternização.
Os organizadores entregaram a cada um dos participantes duas lembranças: a Constituição do Chile e uma garrafa de vinho tinto produzido no país.
Em agradecimento, todos discursaram. Foi quando o representante brasileiro surpreendeu os colegas pela sinceridade:
-Faço uma promessa a todos vocês: beberei com enorme prazer o vinho que acabo de receber. Mas a Constituição chilena eu não prometo ler!


Próximo Texto: Eleições 2004: Lula faz apelo para que Marta ceda a vice e se alie ao PMDB
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.