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Insatisfeito, petista faz crítica a Lula
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Câmara dos
Deputados, João Paulo Cunha
(PT-SP), desabafou a correligionários de São Paulo, no final de
semana, a sua insatisfação com o
Palácio do Planalto. Disse que depois de ter passado mais de um
ano segurando "rojões" para o
governo, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva lhe virou as costas
quando ele mais precisava.
João Paulo reafirmou aos aliados paulistas que pretende trabalhar para aprovar a emenda que
permite a sua reeleição e a do presidente do Senado, José Sarney
(PMDB-AP), e argumentou que
alguns dos que mais atacam a
proposta querem ou marcar posição ou ocupar o seu lugar. O projeto está na pauta da Câmara. A
Folha apurou que João Paulo,
apesar de querer votá-lo amanhã,
considera prudente adiar a votação para a próxima semana.
O deputado falou em Jundiaí
(SP), no fim de semana, sobre
"conjuntura política" a um grupo
de pré-candidatos do PT. Após a
palestra, em que ele disse aos petistas para não terem medo de dizer que são governo durante campanha, João Paulo conversou com
aliados sobre a reeleição das Mesas do Congresso.
A Folha apurou que o presidente da Câmara disse que se esforçou durante todo o ano passado
segurando "rojões" do governo
nas votações das reformas da Previdência e tributária, que foi um
importante auxiliar no caso Waldomiro Diniz e que esperava, neste momento, uma retribuição.
O fato é que depois de ter declarado à imprensa ter ouvido de Lula o apoio à sua reeleição e à de
Sarney, João Paulo passou pelo
constrangimento de ver noticiadas as declarações de Lula aos
presidentes dos partidos aliados
segundo as quais o Planalto não
vai se intrometer na questão.
João Paulo disse aos aliados que
acalentava pelo menos uma sinalização favorável de Lula.
Na verdade, o governo está dividido entre alguns de seus principais aliados no Congresso. De um
lado, Sarney e João Paulo. De outro, o senador Renan Calheiros
(AL), líder do PMDB, candidato à
vaga de Sarney.
(RANIER BRAGON, RAYMUNDO COSTA E RAQUEL ULHÔA)
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