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ELEIÇÕES 2004
Presidente da Câmara acha que candidatos têm de enfrentar debate de temas polêmicos e prevê a maior vitória nas cidades
PT não pode ocultar problemas, diz João Paulo
MAURÍCIO SIMIONATO
DA FOLHA CAMPINAS
O presidente da Câmara dos
Deputados, João Paulo Cunha
(PT), afirmou ontem em Paulínia
(126 km de São Paulo), que o partido não pode esconder as dificuldades "debaixo do tapete" e que a
legenda terá nas próximas eleições o melhor resultado eleitoral
de sua história nos municípios.
Segundo ele, o governo tem de
reconhecer, por exemplo, que o
salário mínimo de R$ 260 é baixo,
mas explicar as razões deste valor.
"Não queremos empurrar as
nossas dificuldades e obstáculos,
em particular nos últimos meses,
para debaixo do tapete. Nós topamos enfrentar qualquer debate."
Disse ainda que não é justo fazer
uma comparação do governo de
Lula com o de FHC (1995-2002).
"O que não vamos aceitar é que se
queira fazer balanço de um governo que tem 16 meses com um governo de oito anos, porque não é
justo. O balanço correto é aguardar os quatro primeiros anos."
Entretanto, o próprio PT comparou as gestões Lula e FHC em
seu programa de TV de 6 de maio,
já prevendo uma disputa acirrada
com o PSDB nas eleições de outubro. Segundo o programa petista,
em apenas "um ano, quatro meses e seis dias", Lula havia feito
mais que todo o governo anterior.
João Paulo visitou o Diretório
Municipal do PT de Paulínia e falou para cerca de 150 correligionários e empresários sobre o papel
do município, em sintonia com as
diretrizes do governo, para crescimento sustentado. O deputado
voltou a afirmar que assuntos nacionais que atingiram o governo
neste ano, como o caso do ex-subchefe de Assuntos Parlamentares
da Casa Civil Waldomiro Diniz,
"não atrapalham [o PT] no processo eleitoral municipal".
"O povo não admite mentiras e
enganação. Nossos candidatos
não podem usar a mentira. Precisamos falar a verdade, mesmo
que haja um custo político alto.
Ao contrário do que muitos pensam e escrevem, o PT vai colher o
melhor resultado eleitoral de sua
história", disse o deputado.
Anteontem, o ministro José Dirceu (Casa Civil), em evento no interior de SP, afirmou que a oposição não tem autoridade moral para criticar o governo Lula. "Não
somos melhores nem piores que
ninguém. Podemos pedir votos à
sociedade de cabeça erguida."
João Paulo expôs questionamentos do partido sobre a área
econômica: "Estamos satisfeitos?
Claro que não. Gostaríamos que o
juros caíssem mais e que sobrasse
mais dinheiro para investir na
agricultura, na saúde, em saneamento e na educação". Disse, porém, ser preciso mudança estrutural para alterar esse quadro.
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