São Paulo, terça-feira, 18 de maio de 2004 |
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TODA MÍDIA À risca
NELSON DE SÁ
A exemplo do que fez Orson Welles em 1938, com a transmissão de uma invasão alienígena dos EUA, a BBC levou ao ar um programa com um suposto ataque terrorista a Londres (cena acima). O efeito foram perto de duas centenas de ligações à emissora, da parte de telespectadores em sua maioria revoltados com a "estado de pânico" criado no país, segundo o jornal "The Guardian". Mas alguns elogiaram. O governo Blair, de longo histórico de conflitos com a BBC, afirmou que o programa foi "irresponsável". A emissora se defendeu, dizendo que o objetivo foi "ampliar o debate" quanto à segurança contra eventuais ataques terroristas no país. Marta e o PMDB Está carregado o ambiente em torno da eventual composição de PT e PMDB em São Paulo. Lula defendeu, até se reuniu com Marta Suplicy -enquanto os petistas saíam com nota agressiva, divulgada nos sites, dizendo ser "especulação" e que a coisa está "resolvida". Já no PMDB o pré-candidato Michel Temer dizia ontem na rádio Bandeirantes que não faz aliança. Orestes Quércia, em seu jornal, "DCI", dizia que "chance de Temer é maior". E acrescia, no comercial do partido: - 2004 é o ano do PMDB. Nossa Senhora A campanha está no ar. Pela televisão se revezavam ontem os comerciais com pré-candidatos de PP, PTB, PL etc. Na Cultura, Serra prometeu "reduzir" as taxas criadas por Marta. Paulo Maluf, na Jovem Pan, foi além e garantiu que vai "acabar" com elas. Marta, de sua parte, recebeu a imagem de Nossa Senhora de Fátima na prefeitura. E lança nesta semana o bilhete único de ônibus. Foi manchete para o "Diário de S. Paulo" e destaque nos telejornais locais da Globo. Sarney lá José Sarney ganhou perfil ao mesmo tempo no "Los Angeles Times" e na "Newsweek". Enquanto o jornal registrava que "alguns dizem que ele tem mais influência agora [como presidente do Senado] do que jamais teve" quando presidente, a revista relatava que Sarney não deve se reeleger no Congresso e seu "enfraquecimento" pode significar problema para Lula. Importantíssimo Em sua entrevista destacada no site da Globo, o embaixador da China sugeria ontem "maior agressividade aos empresários brasileiros", na divulgação de seus produtos aos chineses. Globo e Record noticiaram que mais de 400 empresários já estariam a caminho, para tanto. O âncora Boris Casoy comentou que a viagem de Lula e comitiva "é importantíssima". À China Os jornais econômicos do país começam a detalhar os projetos empresariais que serão levados a Pequim e Xangai. O "Valor" de ontem destacou a Randon. A "Gazeta Mercantil", a Bolsa de Mercadorias & Futuros. Até o "DCI" entrou na cobertura. Brasil e Índia O "Valor" deu longa entrevista com o francês Pascal Lamy, o negociador europeu que está impulsionando o combate aos subsídios agrícolas. Ele cobrou seguidamente as concessões do G20, o grupo de países em desenvolvimento que é liderado por Brasil e outros. Mais importante, apontou um possível conflito interno no G20, pouco mencionado aqui: - Não é segredo que Brasil e Índia têm sensibilidade diversa sobre a liberalização agrícola. Sonia Também a agência France Presse tratou da divisão no G20, com a frase do embaixador da Índia na Organização Mundial do Comércio -de que a posição do país quanto às negociações depende de o governo Sonia Gandhi "estudar a situação". LULA E MINHOCÃO Apresentado pela Cultura como prova de que a eleição paulistana será "nacional", o tucano José Serra enfrentou um início de entrevista municipal, ontem no Roda Viva. Pelo meio do programa, os entrevistadores começaram a rir e observar que será difícil nacionalizar -se a própria entrevista tratava só de professor, ônibus, até uma cômica implosão do Minhocão. Perguntaram se era candidato para coisas assim, do cotidiano. Sem soar, ele próprio, muito convencido, garantiu que sim. E passou a tratar de Lula até quase o fim do programa. Texto Anterior: Greve no Incra atrasa reforma agrária Índice |
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