São Paulo, quinta-feira, 18 de maio de 2006

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ELEIÇÕES 2006

Pré-candidato avalia que maio está sendo o mês mais difícil na campanha ao Planalto; encontro de cúpula tucana nos EUA desagrada

Alckmin aposta em TV para superar crise

Leonardo Wen - 16.fev.06/Folha Imagem
José Serra, Aécio Neves, Tasso Jereissati e Fernando Henrique em jantar em São Paulo em fevereiro


CATIA SEABRA
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

A campanha do pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, passa por seu mês mais difícil. Segundo tucanos, essa é a avaliação do próprio Alckmin. A aposta do ex-governador é que sua candidatura ganhe fôlego em junho, com o uso de um quarto do tempo destinado ao PSDB, em rádio e TV, nos Estados.
No dia 22 de junho, vai ao ar o programa nacional do PSDB. Mas, até lá, diz um tucano, "é preciso sobreviver a maio".
Alckmin, no entanto, é alvo do próprio PSDB, que se queixa da incapacidade de geração de fatos políticos. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso seria um dos mais duros críticos da deficiência de discurso.
Hoje, FHC, o presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), e o governador Aécio Neves (MG) se encontram em Nova York para uma avaliação da campanha. Anunciado por Aécio como uma reunião política, o encontro fomentou a crise interna.
Ao saber que os três -participantes da homenagem ao empresário Roger Agnelli (Vale do Rio Doce) como o brasileiro do ano- se encontrariam, o vereador paulistano José Aníbal ironizou: "Ainda bem que não tem Massimo lá", disse, numa referência ao restaurante que foi palco do encontro em que os três se reuniram com José Serra para debater a candidatura à Presidência.
"Só sei de reunião em Jabaquara e na Freguesia do Ó. Em Nova York, deve ser de importância planetária", brincou o secretário de Governo de São Paulo, Aloysio Nunes Ferreira.
A reunião, no entanto, passa a imagem de crise na campanha de Alckmin. "É uma campanha difícil, complicada. Mas não há nada que mereça uma reunião fora. Isso foi coincidência", minimizou o coordenador-geral da campanha, senador Sérgio Guerra (PE).

Menos viagens
Aliados de Alckmin cobram dedicação à campanha. Segundo o líder do governo na Assembléia Legislativa de São Paulo, Edson Aparecido, "agora, é necessária a mobilização".
A ansiedade dos aliados não é o único problema. Temendo palanques perigosos, Alckmin decidiu evitar Estados onde as coligações não estão fechadas. Ele cancelou viagem que faria anteontem ao Rio, onde discute a idéia de apoio ao PPS em troca de uma aliança nacional. Lá, segundo a análise do próprio Alckmin, o PFL poderia até se coligar ao PMDB, deixando o tucano sem palanque sólido no terceiro maior colégio eleitoral.
O pré-candidato se rendeu ao argumento de que só crescerá após a propaganda eleitoral. Por isso, optou por reduzir as visitas ao Nordeste e demarcar território no Sul, onde é mais conhecido. Terça-feira, ele viaja para o Rio Grande do Sul, onde participa de feira de produtores de arroz.
Em meio às dificuldades, Alckmin procura terreno confortável, visitando feiras de agronegócios. Ontem, ele decidiu visitar a Agrishow, feira que acontece em Ribeirão Preto, em cima da hora.
Num momento em que encontra dificuldades para trazer o PPS a seu palanque, Alckmin insiste na idéia de que a campanha só começa com a TV, a ponto de ter recomendado, num jantar com empresários do setor de alimentos, que só façam doações a partir de 11 de junho. "Não há nada o que fazer até lá", disse o deputado Alberto Goldman (PSDB-SP).


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