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ELEIÇÕES 2006
Pré-candidato avalia que maio está sendo o mês mais difícil na campanha ao Planalto; encontro de cúpula tucana nos EUA desagrada
Alckmin aposta em TV para superar crise
Leonardo Wen - 16.fev.06/Folha Imagem
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José Serra, Aécio Neves, Tasso Jereissati e Fernando Henrique em jantar em São Paulo em fevereiro |
CATIA SEABRA
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
A campanha do pré-candidato
do PSDB à Presidência, Geraldo
Alckmin, passa por seu mês mais
difícil. Segundo tucanos, essa é a
avaliação do próprio Alckmin. A
aposta do ex-governador é que
sua candidatura ganhe fôlego em
junho, com o uso de um quarto
do tempo destinado ao PSDB, em
rádio e TV, nos Estados.
No dia 22 de junho, vai ao ar o
programa nacional do PSDB.
Mas, até lá, diz um tucano, "é preciso sobreviver a maio".
Alckmin, no entanto, é alvo do
próprio PSDB, que se queixa da
incapacidade de geração de fatos
políticos. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso seria
um dos mais duros críticos da deficiência de discurso.
Hoje, FHC, o presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), e o governador Aécio Neves (MG) se encontram em
Nova York para uma avaliação da
campanha. Anunciado por Aécio
como uma reunião política, o encontro fomentou a crise interna.
Ao saber que os três -participantes da homenagem ao empresário Roger Agnelli (Vale do Rio
Doce) como o brasileiro do ano-
se encontrariam, o vereador paulistano José Aníbal ironizou:
"Ainda bem que não tem Massimo lá", disse, numa referência ao
restaurante que foi palco do encontro em que os três se reuniram
com José Serra para debater a
candidatura à Presidência.
"Só sei de reunião em Jabaquara
e na Freguesia do Ó. Em Nova
York, deve ser de importância
planetária", brincou o secretário
de Governo de São Paulo, Aloysio
Nunes Ferreira.
A reunião, no entanto, passa a
imagem de crise na campanha de
Alckmin. "É uma campanha difícil, complicada. Mas não há nada
que mereça uma reunião fora. Isso foi coincidência", minimizou o
coordenador-geral da campanha,
senador Sérgio Guerra (PE).
Menos viagens
Aliados de Alckmin cobram dedicação à campanha. Segundo o
líder do governo na Assembléia
Legislativa de São Paulo, Edson
Aparecido, "agora, é necessária a
mobilização".
A ansiedade dos aliados não é o
único problema. Temendo palanques perigosos, Alckmin decidiu
evitar Estados onde as coligações
não estão fechadas. Ele cancelou
viagem que faria anteontem ao
Rio, onde discute a idéia de apoio
ao PPS em troca de uma aliança
nacional. Lá, segundo a análise do
próprio Alckmin, o PFL poderia
até se coligar ao PMDB, deixando
o tucano sem palanque sólido no
terceiro maior colégio eleitoral.
O pré-candidato se rendeu ao
argumento de que só crescerá
após a propaganda eleitoral. Por
isso, optou por reduzir as visitas
ao Nordeste e demarcar território
no Sul, onde é mais conhecido.
Terça-feira, ele viaja para o Rio
Grande do Sul, onde participa de
feira de produtores de arroz.
Em meio às dificuldades, Alckmin procura terreno confortável,
visitando feiras de agronegócios.
Ontem, ele decidiu visitar a Agrishow, feira que acontece em Ribeirão Preto, em cima da hora.
Num momento em que encontra dificuldades para trazer o PPS
a seu palanque, Alckmin insiste
na idéia de que a campanha só começa com a TV, a ponto de ter recomendado, num jantar com empresários do setor de alimentos,
que só façam doações a partir de
11 de junho. "Não há nada o que
fazer até lá", disse o deputado Alberto Goldman (PSDB-SP).
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