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Por vagas em 2010, oposição modera ataques ao governo
Senadores de PSDB e DEM veem riscos de não reeleição no Norte e no Nordeste, regiões onde Lula é mais bem avaliado
No lugar de atacar políticas do governo Lula, a ordem é tentar "recontar a história" de ações sociais de FHC que culminaram no Bolsa Família
VERA MAGALHÃES
DO PAINEL, EM BRASÍLIA
Diante de um cenário de reeleição incerto em 2010, os principais expoentes de PSDB e
DEM no Senado passaram a
moderar as críticas pessoais ao
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e aos programas sociais do
governo, sobretudo em discursos e entrevistas em suas bases.
A cautela é maior entre os políticos do Norte e do Nordeste,
onde Lula ultrapassa 70% de
aprovação. Dois fatos recentes
acenderam a luz amarela: a virulência com que os lulistas se
voltaram contra Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) por críticas ao Bolsa Família e o tom
exaltado da propaganda do PPS
sobre as mexidas na poupança.
O PSDB contratou o Instituto Análise para fazer pesquisas
mensais com o eleitor sobre o
governo. Os resultados mostram que a imagem pessoal positiva do presidente é o grande
lastro da aprovação ao governo;
e a paternidade dos programas
sociais é totalmente atribuída à
gestão petista. A ordem, a partir
daí, é não centrar a crítica em
Lula e tentar "recontar a história" das políticas sociais que desaguaram no Bolsa Família.
A diretriz foi pautada pelos
elogios do presidente do PSDB,
Sérgio Guerra (PE), um dos que
correm risco de não se reeleger,
em seminário do partido na semana passada, em João Pessoa.
"Não venham dizer que somos contra ou não queremos
continuar com o Bolsa Família.
O programa nasceu no governo
do ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso e, se formos
governo, e deveremos sê-lo, vamos ampliá-lo." Guerra disse
que não é o caso de discutir
"quem é o pai dos programas".
Em Pernambuco, as forças
lulistas devem lançar dois candidatos ao Senado: o ex-prefeito de Recife João Paulo (PT) e o
deputado e presidente da CNI
(Confederação Nacional da Indústria), Armando Monteiro
(PTB). Segundo um aliado dos
tucanos, Guerra pode sair candidato a deputado e o senador
Marco Maciel (DEM) ganharia
uma "saída honrosa".
Situação semelhante será enfrentada por outros expoentes
da oposição no Senado. O líder
do PSDB, Arthur Virgílio (AM),
que já ameaçou "dar uma surra" em Lula, hoje evita criticá-lo no Estado, onde sua popularidade já ultrapassou 80%. Ele
diz que os programas sociais
devem ser ampliados.
Virgílio deverá enfrentará o
governador Eduardo Braga
(PMDB), na disputa ao Senado.
Mas, por decisão de Lula, os
aliados do governo deverão lançar outro candidato. "A ordem
do Lula é derrotar o Arthur",
diz político ligado ao tucano.
No Rio Grande do Norte,
além dos senadores José Agripino (DEM) e Garibaldi Alves
(PMDB), entrará na disputa ao
Senado a governadora Wilma
Faria (PSB). Em sua fase mais
"light", o líder do DEM aceitou
acordo para tentar adiar a instalação da CPI da Petrobras.
Também devem enfrentar
dificuldade Tasso Jereissati
(PSDB-CE) e Heráclito Fortes
(DEM-PI). Para se viabilizar,
Tasso dependeria de aliança
com o governador Cid Gomes
(PSB), o que dificultaria um palanque para o nome do PSDB
ao Planalto no Estado. Heráclito deverá enfrentar o governador Wellington Dias (PT) e o
senador Mão Santa (PMDB).
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