|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ato de Garotinho contra Lula reúne 2.500 pessoas
MURILO FIUZA DE MELO
MAURÍCIO THUSWOHL
DA SUCURSAL DO RIO
No dia em que o secretário de
Segurança do Rio, Anthony Garotinho, promoveu seu primeiro ato
público contra o governo Lula, a
Executiva Nacional do PSB marcou para a semana que vem uma
reunião para discutir sua expulsão. Garotinho disse que, se for
expulso, será "a contragosto".
O ato "Acorda Lula, antes que
seja tarde", realizado nas escadarias da Assembléia do Rio, não teve o sucesso esperado pelos organizadores: segundo a Polícia Militar (subordinada a Garotinho), a
manifestação reuniu 2.500 pessoas, metade do número estimado na véspera pelo PSB do Rio.
A manifestação, segundo o deputado federal Renato Casagrande (PSB-ES), integrante da Executiva Nacional, foi "fraca" e "extemporânea" e só serviu para
aprofundar o desgaste de Garotinho no partido. "Amanhã [hoje]
vão dizer no jornal: "havia lá umas
2.000, 3.000 pessoas". Não importa. Hoje somos 3.000, amanhã seremos 30 mil, depois 300 mil, e
por fim todos os brasileiros", discursou Garotinho.
Ele anunciou que promoverá
mais três manifestações similares
no Estado. O ex-governador afirmou que o ato não era uma crítica
ao governo, mas uma forma de
despertar o presidente Lula. "É
melhor ler hoje uma faixa "Acorda
Lula" do que daqui a pouco ver
outra escrita "Volta FHC, Fora Lula". Nós temos que ser a consciência crítica desse governo."
Os manifestantes foram trazidos de municípios do interior e de
bairros da capital em ônibus alugados por parlamentares e prefeitos do PSB. A maioria era formada por pessoas de baixa renda que
moram em conjuntos habitacionais construídos por Garotinho.
Somente do conjunto Nova Sepetiba, inaugurado em 2000 para
abrigar 10 mil famílias de baixa
renda, chegaram cerca de 300 pessoas, arregimentadas pelo vereador Mário Del Rey (PSB).
Muitos ignoravam o objetivo do
ato, como a sem-teto Luciane dos
Santos, 27, que tomava conta dos
dois filhos, sem prestar nenhuma
atenção aos discursos. "Nem sei
direito o que é esse protesto. Só
vim porque estou do lado de Garotinho e de Rosinha."
O aposentado Paulo César da
Conceição, 56, reclamava da fome: "Prometeram nos dar um
lanche. Mas, já passou da hora do
almoço e, até agora, nada".
Texto Anterior: Perfil: Eleitor de Lula, juiz se licenciou durante mandato Próximo Texto: No ar - Nelson de Sá: De cima a baixo Índice
|