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São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 2003

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Ato de Garotinho contra Lula reúne 2.500 pessoas

MURILO FIUZA DE MELO
MAURÍCIO THUSWOHL
DA SUCURSAL DO RIO

No dia em que o secretário de Segurança do Rio, Anthony Garotinho, promoveu seu primeiro ato público contra o governo Lula, a Executiva Nacional do PSB marcou para a semana que vem uma reunião para discutir sua expulsão. Garotinho disse que, se for expulso, será "a contragosto".
O ato "Acorda Lula, antes que seja tarde", realizado nas escadarias da Assembléia do Rio, não teve o sucesso esperado pelos organizadores: segundo a Polícia Militar (subordinada a Garotinho), a manifestação reuniu 2.500 pessoas, metade do número estimado na véspera pelo PSB do Rio.
A manifestação, segundo o deputado federal Renato Casagrande (PSB-ES), integrante da Executiva Nacional, foi "fraca" e "extemporânea" e só serviu para aprofundar o desgaste de Garotinho no partido. "Amanhã [hoje] vão dizer no jornal: "havia lá umas 2.000, 3.000 pessoas". Não importa. Hoje somos 3.000, amanhã seremos 30 mil, depois 300 mil, e por fim todos os brasileiros", discursou Garotinho.
Ele anunciou que promoverá mais três manifestações similares no Estado. O ex-governador afirmou que o ato não era uma crítica ao governo, mas uma forma de despertar o presidente Lula. "É melhor ler hoje uma faixa "Acorda Lula" do que daqui a pouco ver outra escrita "Volta FHC, Fora Lula". Nós temos que ser a consciência crítica desse governo."
Os manifestantes foram trazidos de municípios do interior e de bairros da capital em ônibus alugados por parlamentares e prefeitos do PSB. A maioria era formada por pessoas de baixa renda que moram em conjuntos habitacionais construídos por Garotinho.
Somente do conjunto Nova Sepetiba, inaugurado em 2000 para abrigar 10 mil famílias de baixa renda, chegaram cerca de 300 pessoas, arregimentadas pelo vereador Mário Del Rey (PSB).
Muitos ignoravam o objetivo do ato, como a sem-teto Luciane dos Santos, 27, que tomava conta dos dois filhos, sem prestar nenhuma atenção aos discursos. "Nem sei direito o que é esse protesto. Só vim porque estou do lado de Garotinho e de Rosinha."
O aposentado Paulo César da Conceição, 56, reclamava da fome: "Prometeram nos dar um lanche. Mas, já passou da hora do almoço e, até agora, nada".


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