|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Começa a "parte difícil"
para Lula, diz Maxwell
DA REPORTAGEM LOCAL
Para o historiador inglês Kenneth Maxwell, a "parte difícil" do
governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está prestes a começar, marcada externamente
pelo encontro com o presidente
dos EUA George W. Bush, na próxima sexta, e internamente pelo
início da votação das reformas.
O brasilianista, membro do
Conselho de Relações Exteriores,
centro americano de estudos
-um dos principais do mundo- na área, publicou no último
dia 3 o texto "A Surpresa de Lula",
na revista literária quinzenal "The
New York Review of Books". O
artigo é elogioso.
Maxwell afirma que o presidente foi bem sucedido em três "frentes táticas": conteve a ansiedade
social dos eleitores, controlou a
economia e provou que o PT é
competente nas negociações políticas, ao construir uma maioria
no Congresso Nacional.
Para o brasilianista, essas vitórias táticas, que resultaram da
ação pragmática de Lula, "confundiram a oposição e os membros da esquerda de seu próprio
partido". Além disso, sua atuação
desmentiu as profecias paranóicas de membros da direita americana, que viam em Lula um Fidel
Castro em potencial para o Brasil
-como o historiador chamou a
atenção em um artigo para a mesma revista, em dezembro de 2002.
As dificuldades maiores virão
agora, diz ele, das resistências à
reforma previdenciária e da negociação com os Estados Unidos sobre a Alca (Área de Livre Comércio das Américas).
A oposição a mudanças na Previdência Social será "feroz", diz
Maxwell. Quanto à negociação da
Alca, o historiador afirma que a
atitude do governo brasileiro é
ambivalente. O Itamaraty tenderia a ser mais nacionalista que a
maioria da burocracia brasileira,
enquanto a estratégia do ministro
da Fazenda, Antonio Palocci Filho, "pede uma maior integração
na economia global".
"A grande questão", segundo o
historiador, "é saber se um líder
com genuína visão social igualitária pode ser bem sucedido na economia global e se os EUA terão o
bom senso de perceber que ajudá-lo é de seu próprio interesse".
Texto Anterior: Petistas rebatem críticas de FHC a governo Lula Próximo Texto: Tributária: Governo usa conselho para esvaziar críticas a reforma Índice
|