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VIAGEM À AMÉRICA
Encontro com central sindical na sexta-feira ocorrerá depois de reunião com o presidente George W. Bush
Lula se reunirá com sindicalistas dos EUA
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
Pouco depois de se encontrar
com o presidente dos Estados
Unidos, George W. Bush, na sexta-feira em Washington, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula
da Silva, vai se reunir com a cúpula da gigante central sindical norte-americana AFL-CIO.
A AFL-CIO é frontalmente contra a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), tema principal
das conversas de Lula com Bush.
Na visão da entidade, que faz
campanha aberta contra o assunto, a Alca representa uma ameaça
aos empregos nos EUA.
Pró-Partido Democrata, a AFL-CIO tem 10 milhões de associados
nos EUA e é também feroz crítica
do atual governo republicano.
Lula tem laços com a associação
há mais de 30 anos por meio de
um dos seus diretores, Stanley
Gacek, amigo pessoal do presidente. Ele deve participar do encontro junto com o presidente da
entidade sindical, John Sweeney.
Além do encontro com Bush,
essa é a única outra agenda da viagem de Lula aos EUA. A Casa
Branca não confirmou ontem se
sabia do encontro de Lula com a
entidade anti-Alca.
Lula e Bush devem passar quase
três horas juntos na sexta. Será o
primeiro encontro de cúpula da
história entre os dois países.
Dez ministros brasileiros irão
com Lula à Casa Branca, onde
participarão de reuniões de trabalho em separado com seus colegas
americanos.
Lula chega aos EUA amanhã.
Deve desembarcar por volta das
19h30 (20h30 em Brasília) na base
aérea de Andrews, de onde segue
para a Embaixada do Brasil em
Washington. Os ministros ficarão
hospedados em um hotel.
O encontro com Bush deve começar por volta das 11h locais de
sexta. Na mesma hora, os ministros brasileiros iniciam uma série
de reuniões.
A idéia é que cada ministro traga assuntos do interesse de sua
pasta que possam ter correlação
com a agenda dos EUA.
É possível que sejam divulgados
ao final do encontro uma carta de
intenções ou parcerias em algumas áreas de interesse comum.
Lula, que não fala inglês, contará com a ajuda do tradutor Sérgio
Ferreira, que o acompanhou no
encontro com Bush em dezembro
passado na Casa Branca.
É provável que o ministro José
Dirceu (Casa Civil) acompanhe
Lula durante a reunião com Bush,
que deve terminar com um almoço que pode reunir os dois presidentes e seus ministros.
Os detalhes de forma e conteúdo do encontro ainda estavam
sendo finalizados ontem pelo Itamaraty e pela Embaixada brasileira com a Casa Branca e o Departamento de Estado dos EUA.
Entre os principais assuntos da
pauta devem constar as perspectivas para a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), a Venezuela, a Colômbia e a retomada da
credibilidade do Brasil nos meios
financeiros internacionais.
Após o almoço, Lula retornará à
embaixada brasileira em Washington, onde terá o encontro
com os membros da AFL-CIO. O
presidente embarca de volta ao
Brasil na própria sexta à noite.
O ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) chega um
dia antes com cerca de 40 empresários brasileiros para um encontro amanhã no Brazil-US Business Council. A ministra Dilma
Rousseff (Minas e Energia) deve
ficar nos EUA mais alguns dias na
semana que vem para reuniões
com empresas do setor elétrico.
Lista de ministros que participam da viagem a Washington: Antonio Palocci (Fazenda), José Dirceu (Casa Civil), Dilma
Rousseff, Luiz Fernando Furlan, Roberto
Rodrigues (Agricultura), Celso Amorim
(Relações Exteriores), Marina Silva (Meio
Ambiente), Humberto Costa (Saúde), Jaques Wagner (Trabalho), Roberto Amaral
(Ciência e Tecnologia).
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