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São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 2003

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VIAGEM À AMÉRICA

Encontro com central sindical na sexta-feira ocorrerá depois de reunião com o presidente George W. Bush

Lula se reunirá com sindicalistas dos EUA

FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON

Pouco depois de se encontrar com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, na sexta-feira em Washington, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, vai se reunir com a cúpula da gigante central sindical norte-americana AFL-CIO.
A AFL-CIO é frontalmente contra a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), tema principal das conversas de Lula com Bush. Na visão da entidade, que faz campanha aberta contra o assunto, a Alca representa uma ameaça aos empregos nos EUA.
Pró-Partido Democrata, a AFL-CIO tem 10 milhões de associados nos EUA e é também feroz crítica do atual governo republicano.
Lula tem laços com a associação há mais de 30 anos por meio de um dos seus diretores, Stanley Gacek, amigo pessoal do presidente. Ele deve participar do encontro junto com o presidente da entidade sindical, John Sweeney.
Além do encontro com Bush, essa é a única outra agenda da viagem de Lula aos EUA. A Casa Branca não confirmou ontem se sabia do encontro de Lula com a entidade anti-Alca.
Lula e Bush devem passar quase três horas juntos na sexta. Será o primeiro encontro de cúpula da história entre os dois países.
Dez ministros brasileiros irão com Lula à Casa Branca, onde participarão de reuniões de trabalho em separado com seus colegas americanos.
Lula chega aos EUA amanhã. Deve desembarcar por volta das 19h30 (20h30 em Brasília) na base aérea de Andrews, de onde segue para a Embaixada do Brasil em Washington. Os ministros ficarão hospedados em um hotel.
O encontro com Bush deve começar por volta das 11h locais de sexta. Na mesma hora, os ministros brasileiros iniciam uma série de reuniões.
A idéia é que cada ministro traga assuntos do interesse de sua pasta que possam ter correlação com a agenda dos EUA.
É possível que sejam divulgados ao final do encontro uma carta de intenções ou parcerias em algumas áreas de interesse comum.
Lula, que não fala inglês, contará com a ajuda do tradutor Sérgio Ferreira, que o acompanhou no encontro com Bush em dezembro passado na Casa Branca.
É provável que o ministro José Dirceu (Casa Civil) acompanhe Lula durante a reunião com Bush, que deve terminar com um almoço que pode reunir os dois presidentes e seus ministros.
Os detalhes de forma e conteúdo do encontro ainda estavam sendo finalizados ontem pelo Itamaraty e pela Embaixada brasileira com a Casa Branca e o Departamento de Estado dos EUA.
Entre os principais assuntos da pauta devem constar as perspectivas para a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), a Venezuela, a Colômbia e a retomada da credibilidade do Brasil nos meios financeiros internacionais.
Após o almoço, Lula retornará à embaixada brasileira em Washington, onde terá o encontro com os membros da AFL-CIO. O presidente embarca de volta ao Brasil na própria sexta à noite.
O ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) chega um dia antes com cerca de 40 empresários brasileiros para um encontro amanhã no Brazil-US Business Council. A ministra Dilma Rousseff (Minas e Energia) deve ficar nos EUA mais alguns dias na semana que vem para reuniões com empresas do setor elétrico.


Lista de ministros que participam da viagem a Washington: Antonio Palocci (Fazenda), José Dirceu (Casa Civil), Dilma Rousseff, Luiz Fernando Furlan, Roberto Rodrigues (Agricultura), Celso Amorim (Relações Exteriores), Marina Silva (Meio Ambiente), Humberto Costa (Saúde), Jaques Wagner (Trabalho), Roberto Amaral (Ciência e Tecnologia).


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