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Ministro afirma
que Lula "lamenta"
derrota no Senado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, afirmou que o
governo "lamenta" a derrota da
medida provisória que fixava o
salário mínimo em R$ 260 no Senado, mas está convicto de que a
Câmara manterá o valor original,
possivelmente com mais votos do
que na primeira votação (266).
Aldo estava com Luiz Inácio Lula da Silva depois que saiu o placar
mostrando a derrota do governo.
Ao saber da notícia, Lula pediu
para que Aldo fosse dar a entrevista. "Vai lá dar uma entrevista,
tranqüilo, democracia é assim",
teria dito o presidente.
Na entrevista, Aldo disse: "A vida não é feita somente de vitórias.
Nós sabemos que, quando queremos alcançar objetivos importantes, nós temos de arriscar. A derrota atravessa o caminho mesmo
das instituições mais vitoriosas. A
derrota é uma contingência da vida e só pode ser superada quando,
na próxima votação, obtivermos
uma vitória", afirmou o ministro.
Aldo Rebelo não quis comentar
a possibilidade de a Câmara aprovar o valor de R$ 275 -caso em
que, supostamente, o projeto seria vetado por Lula, o que faria o
salário mínimo voltar ao valor anterior à MP, ou seja, R$ 240.
"A Câmara vai manter a medida
provisória original. Isso descarta a
possibilidade de veto do presidente. Nós não trabalhamos com
essa hipótese [de veto]", afirmou.
Rebelo descartou a possibilidade de uma rebelião de deputados
governistas, pelo fato de terem de
assumir sozinhos o desgaste de
aprovar um salário mínimo de R$
260. "Já conversei com os líderes
[da Câmara] depois da votação
no Senado, e todos estão tranqüilos em relação às suas bases e em
relação à votação da MP no seu
retorno à Câmara", disse.
Questionado se faltou articulação da base governista, o ministro
disse que o governo sempre teve
minoria no Senado. "Nós conseguimos aprovar matérias importantes construindo maioria em
negociação com a oposição. Desta
vez a negociação não foi possível,
e o governo contou com dissidências na sua base", disse.
Ontem, o ministro José Dirceu
(Casa Civil) fez questão de dizer
que Aldo e ele trabalharam em
conjunto na tentativa de convencer senadores a votar a favor do
salário mínimo de R$ 260.
Indagado se o governo sabia
que seria derrotado antes da votação, Aldo afirmou que não. "Ninguém sabe que vai ser derrotado
nem antes de votação, nem antes
de eleição, nem antes de o juiz
apitar o jogo de futebol. A gente
trabalha para ganhar."
Rebelo evitou responder a diversas perguntas sobre a falta de
apoio do presidente do Senado,
José Sarney. Por fim, disse que ele
é um "magistrado", e o governo
não pode esperar que ele seja o fator decisivo nas votações.
(WS)
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