São Paulo, sábado, 18 de junho de 2005

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O CAMINHO DO PODER

Após a Anistia, ministra fez carreira no PDT e só entrou no PT em 2001

Ministra atuou na luta armada

DA REDAÇÃO

Dilma Vana Rousseff, 57, natural de Belo Horizonte (MG), começou sua militância política após o golpe de 1964 -quando, ainda estudante, ingressou na seção mineira da Polop (Política Operária), organização que mesclava idéias dos marxistas Leon Trótski (1879-1940) e Rosa Luxemburgo (1871-1919).
Em 1968, o grupo de Dilma rompeu com a Polop e fundou o Colina (Comando de Libertação Nacional), grupo de extrema esquerda adepto da luta armada, que visava tomar o poder mediante uma guerra prolongada (inspirada nas revoluções chinesa e cubana). Após vários reveses, o Colina se fundiu, em 1969, com um grupo oriundo da Polop paulista, a VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), dando origem ao VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares).
Dilma participou da ação terrorista mais famosa realizada pela organização: o roubo do cofre da casa de Ana Capriglione, apontada em relatórios militares como amante do ex-governador Adhemar de Barros. O assalto, realizado em 18 de julho, rendeu US$ 2,5 milhões.
Dilma foi presa em 16 de janeiro de 1970 e torturada por 22 dias, segundo depoimento ao projeto Brasil Nunca Mais. Condenada em três processos, ficou presa no presídio Tiradentes (SP) até 1972. Libertada, mudou-se para o Rio Grande do Sul em 1974, onde concluiu seu bacharelado em economia pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) em 1977. Passou em concurso para uma fundação, mas foi demitida.
Só recuperou seus direitos políticos com a Lei de Anistia, de 1979. Ingressou então no PDT de Leonel Brizola. Com a eleição de Alceu Collares (PDT) para a Prefeitura de Porto Alegre, Dilma foi nomeada secretária da Fazenda em 1986. Permaneceu no cargo até 1988. Em 1990, Collares foi eleito governador gaúcho. Dilma presidiu a Fundação de Economia e Estatística do Estado de 1991 a 1993 e comandou a Secretaria de Energia, Minas e Comunicações de 1993 a 1994.
Em 1998, Olívio Dutra (PT) foi eleito governador. Para recompensar o PDT, que apoiou sua candidatura no segundo turno, convidou Dilma para ocupar novamente a Secretaria de Energia, Minas e Comunicações. Em 2000, Dilma se licenciou do PDT e apoiou a candidatura de Tarso Genro à Prefeitura de Porto Alegre, que derrotou Alceu Collares (PDT) no segundo turno. Em março de 2001, Dilma filiou-se ao PT, acompanhando o grupo dissidente liderado por José Vicente Brizola, filho de Leonel Brizola.
Em 2002, após a eleição de Lula para a Presidência, foi indicada para o Ministério de Minas e Energia. No ministério, anunciou novas regras para o setor elétrico que aumentam o poder do Estado. Lançou o programa Luz para Todos, que objetiva levar energia a 12 milhões de brasileiros. Dilma sustenta que o país já não corre risco de um novo "apagão", embora possam ocorrer blecautes localizados.


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