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O CAMINHO DO PODER
Após a Anistia, ministra fez carreira no PDT e só entrou no PT em
2001
Ministra atuou na
luta
armada
DA REDAÇÃO
Dilma Vana Rousseff, 57, natural de Belo Horizonte (MG),
começou sua militância política
após o golpe de 1964 -quando,
ainda estudante, ingressou na
seção mineira da Polop (Política
Operária), organização que
mesclava idéias dos marxistas
Leon Trótski (1879-1940) e Rosa
Luxemburgo (1871-1919).
Em 1968, o grupo de Dilma
rompeu com a Polop e fundou o
Colina (Comando de Libertação
Nacional), grupo de extrema esquerda adepto da luta armada,
que visava tomar o poder mediante uma guerra prolongada
(inspirada nas revoluções chinesa e cubana). Após vários reveses, o Colina se fundiu, em
1969, com um grupo oriundo da
Polop paulista, a VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), dando origem ao VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares).
Dilma participou da ação terrorista mais famosa realizada
pela organização: o roubo do
cofre da casa de Ana Capriglione, apontada em relatórios militares como amante do ex-governador Adhemar de Barros. O assalto, realizado em 18 de julho,
rendeu US$ 2,5 milhões.
Dilma foi presa em 16 de janeiro de 1970 e torturada por 22
dias, segundo depoimento ao
projeto Brasil Nunca Mais. Condenada em três processos, ficou
presa no presídio Tiradentes
(SP) até 1972. Libertada, mudou-se para o Rio Grande do Sul
em 1974, onde concluiu seu bacharelado em economia pela
UFRGS (Universidade Federal
do Rio Grande do Sul) em 1977.
Passou em concurso para uma
fundação, mas foi demitida.
Só recuperou seus direitos políticos com a Lei de Anistia, de
1979. Ingressou então no PDT
de Leonel Brizola. Com a eleição
de Alceu Collares (PDT) para a
Prefeitura de Porto Alegre, Dilma foi nomeada secretária da
Fazenda em 1986. Permaneceu
no cargo até 1988. Em 1990, Collares foi eleito governador gaúcho. Dilma presidiu a Fundação
de Economia e Estatística do Estado de 1991 a 1993 e comandou
a Secretaria de Energia, Minas e
Comunicações de 1993 a 1994.
Em 1998, Olívio Dutra (PT) foi
eleito governador. Para recompensar o PDT, que apoiou sua
candidatura no segundo turno,
convidou Dilma para ocupar
novamente a Secretaria de
Energia, Minas e Comunicações. Em 2000, Dilma se licenciou do PDT e apoiou a candidatura de Tarso Genro à Prefeitura de Porto Alegre, que derrotou Alceu Collares (PDT) no segundo turno. Em março de
2001, Dilma filiou-se ao PT,
acompanhando o grupo dissidente liderado por José Vicente
Brizola, filho de Leonel Brizola.
Em 2002, após a eleição de Lula para a Presidência, foi indicada para o Ministério de Minas e
Energia. No ministério, anunciou novas regras para o setor
elétrico que aumentam o poder
do Estado. Lançou o programa
Luz para Todos, que objetiva levar energia a 12 milhões de brasileiros. Dilma sustenta que o
país já não corre risco de um novo "apagão", embora possam
ocorrer blecautes localizados.
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