São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Cimento eleitoral

Antes de firmar com o Ministério das Cidades um convênio para tocar seu projeto "Cimento Social", no Morro da Providência, Marcelo Crivella (PRB-RJ) quase fechou parceria com a Prefeitura do Rio.
Nos bastidores, porém, Lula torceu o nariz para a aliança entre o senador-candidato e a administração de Cesar Maia (DEM), propondo em troca que a pasta das Cidades e o Exército entrassem como parceiros do projeto de pequenas obras de reforma de moradias populares -o único do país a empregar soldados, agora envolvidos na morte de três jovens entregues a traficantes do Morro da Mineira. Esse arranjo peculiar permitiu inclusive que fosse mantido o nome-fantasia usado por Crivella em suas campanhas eleitorais.



Arquivo. De Crivella, em 17 de março, na tribuna do Senado: "O PAC começa na favela da Rocinha, no Morro do Alemão, em Manguinhos, e também no Morro da Providência, onde aqueles soldados heróis iniciaram as primeiras moradias improvisadas".

Marcha lenta. O ministro Márcio Fortes (Cidades) visitou a Providência em abril. Constatou atraso nas obras, que haviam recebido R$ 2 mi dos R$ 12 mi previstos. À época, nenhuma das 80 primeiras casas estava pronta.

Expansão. Recentemente, Crivella pediu à prefeitura a cessão de área próxima à Vila Olímpica que fica na Gamboa, na entrada do morro. Ali seria tocado projeto de capacitação e treinamento, também com o Exército como parceiro.

Pró-ativo. Ciro Gomes trabalha para que se concretize o acordo entre PT e "bloquinho" em São Paulo, Belo Horizonte, Rio e Manaus. Mas o presidenciável do PSB diz que tem de partir do PT o primeiro gesto, apoiando candidatos do bloco no Rio e em BH. A partir daí, seria "fácil" formalizar o apoio a Marta Suplicy.

Força aí. Geraldo Alckmin (PSDB), ele mesmo duro-na-queda, incentivou Aldo Rebelo (PC do B), em conversa no domingo passado, a não desistir em favor de Marta.

Carta branca. O deputado Cândido Vacarezza (PT-SP) defende que seu partido aceite, sem interferir, o vice que for indicado pelo "bloquinho" para Marta. Prega também que a coligação seja extensiva à chapa de vereadores.

Vitrine. O PT paulista "regionalizou" suas inserções de TV atualmente no ar, para dar visibilidade a candidatos de diferentes municípios.

Pai da criança. Fernando Lemos, presidente do Banrisul desde o governo de Germano Rigotto e agora personagem da crise na gestão Yeda Crusius (PSDB), chegou ao cargo pelas mãos do senador Pedro Simon (PMDB).

É guerra. A bancada do PT na Assembléia decidiu que, independentemente da conclusão da CPI do Detran, pedirá o indiciamento de Yeda e de auxiliares que caíram após as denúncias de corrupção.

Estaleiro. Ricardo Lewandowski é o mais novo ministro do STF a andar com bengala. Rompeu o menisco e agora faz companhia ao colega Joaquim Barbosa, com problema de coluna, em sessões de fisioterapia no hospital Sarah Kubitschek. "Nós vamos montar uma sucursal do Supremo lá", brinca.

Às moscas. Decorrida uma semana desde o início do registro de candidaturas no TSE, só um candidato a vereador e um a prefeito oficializaram seus nomes. Ambos do município de Conde (PB).

Visita à Folha. Fernando Pimentel (PT), prefeito de Belo Horizonte, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de José Afonso Bicalho Beltrão da Silva, secretário de Finanças, de Júlio Ribeiro Pires, secretário de Planejamento, e de Nereide Beirão, chefe da Assessoria de Comunicação.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Não estamos discutindo nenhuma norma ou imposição, mas apenas o direito do eleitor de ter acesso à informação."

De CARLOS AYRES BRITTO , presidente do TSE, em resposta ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que criticou a iniciativa do tribunal de divulgar a lista de candidatos com "ficha suja".

Contraponto

Delegação estrangeira

João Paulo Cunha (PT-SP) promoveu uma festa de aniversário, na sexta passada, num clube em Osasco, sua base eleitoral. O locutor do evento fazia questão de anunciar, um a um, os políticos convidados:
-Senhoras e senhores, acaba de chegar o deputado federal Aldo Rebelo, do PC do B aqui de São Paulo!
Aplaudido, Aldo cuidou de avisar que estava acompanhado do colega Ciro Nogueira (PP-PI). O locutor resolveu então fazer piada com a famosa e desastrada declaração de um integrante do finado movimento "Cansei":
-E olhem, o deputado João Paulo é tão importante que veio até um deputado de outro país, do Pi-au-í!


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