São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO

Bancada do PSDB registra chapa com 424 pró-Kassab

Governador José Serra manifesta disposição de intervir para evitar disputa no partido

Convenção municipal, no domingo, será marcada pelo enfrentamento; "Vamos para o suicídio", reconheceu o vereador Ricardo Teixeira


CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar dos apelos do ex-governador Geraldo Alckmin, a bancada do PSDB na Câmara Municipal registrou ontem, com apoio de 424 assinaturas, chapa em apoio à reeleição do prefeito Gilberto Kassab (DEM). Mantida, a convenção do PSDB, no domingo, será marcada pela disputa em voto.
O governador de São Paulo, José Serra, manifestou a disposição de intervir, segundo relato do presidente municipal do partido, José Henrique Lobo.
Segundo Lobo, Serra telefonou da Rússia para consultá-lo sobre a conveniência de uma ação junto à bancada. "O governador chamou de descabida essa insistência pela disputa."
Na conversa, Lobo recomendou que o próprio governador avaliasse se deve ou não agir. Mas se mostrou cético: "As coisas fugiram do controle".
No início da noite, ao receber um telefonema de Alckmin, Lobo também sugeriu que ele se preparasse para o embate.
Um apelo de Serra seria um dos únicos antídotos à crise. "Só recuo se meu comandante mandar", disse Gilberto Natalini, líder do PSDB na Câmara.
Serra, no entanto, tem resistido à idéia de pedir que os vereadores desistam da aliança.
Ontem, Alckmin não conseguiu convencê-los. Além de insistentes ligações para os vereadores, o ex-governador chegou a chamar um deles -José Rolim- para uma conversa. "Você está maluco", disse Alckmin, segundo Rolim. De acordo com tucanos, ele cobrou intervenção do presidente estadual do PSDB, Mendes Thame.
Natalini e outros dez vereadores apresentaram, além da chapa de oposição a Alckmin, lista com 295 assinaturas para inscrição de seus nomes para a disputa pela Câmara. "Vamos para o suicídio", reconheceu o vereador Ricardo Teixeira.
Para assegurar a vaga, deverão contar com 20% dos votos em convenção. Terão de disputar espaço na chapa apresentada pela Executiva do partido.
Na manhã de ontem, Thame e o deputado Júlio Semeghini tentaram demovê-los. Na conversa, Natalini e o vice-líder do governo na Câmara, José Police Neto, admitiram a possibilidade de reavaliar a decisão.
"Não existe chapa de brincadeira", reagiu Thame. Semeghini avisou que não seria possível retirar as mais de 400 assinaturas em apoio à disputa.
Contrariando sua opinião -de que deveria haver disputa na convenção-, até o governador interino, Alberto Goldman, ligou para tucanos na tentativa de apaziguar a situação. Sua mobilização alimentou rumores de que agia a pedido de Serra. Mas o chefe da Casa Civil de São Paulo, Aloysio Nunes Ferreira, admite que não há controle. "Os vereadores dizem que agora é com eles."


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