São Paulo, Sexta-feira, 18 de Junho de 1999 |
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PAINEL Subiu no telhado Do PFL ao PSDB, passando pelo PMDB, ninguém apostava mais nenhum centavo furado, ontem à noite, na permanência do delegado João Batista Campelo na direção da Polícia Federal. O único obstáculo, a oposição do general Cardoso (Casa Civil), já teria sido contornado. Vento a favor Michel Temer e o PMDB vão bater o pé pela manutenção da Justiça do Trabalho, que só seria extinta com 308 votos dos 513 deputados. Avaliam que o máximo que o PFL conseguiria é obstruir a reforma. O que manteria tudo do jeito que está. Agora, vai FHC está tentando, pessoalmente, retomar a iniciativa no Congresso. Ligou ontem para Inocêncio Oliveira pedindo que o pefelista marque reuniões com os líderes para o início de agosto, logo após o recesso. Quer tocar para valer a reforma tributária e a Lei de Responsabilidade Fiscal. Parentes, uni-vos! Vice-presidente da comissão da reforma do Judiciário, o deputado Iédio Rosa (PMDB-RJ), ex-defensor público, usou um argumento inusitado para defender o nepotismo. Disse que a Constituição afirma que todos são iguais perante a lei. E que não se pode discriminar os parentes. Deixando o berço Prefeito de Manaus, Alfredo Nascimento (PFL), afilhado do governador Amazonino Mendes, está de malas prontas para o PL. Deve tentar a reeleição em aliança com o PSDB e, em troca, apoiar o tucano Arthur Virgílio para o governo em 2002. Briga paulista Do deputado estadual Paulo Teixeira (PT-SP), sobre Walter Feldman chamá-lo de ""bóia-fria da política" e dizer que a CPI da CDHU é ""história requentada": ""Isso só mostra o preconceito tucano com os bóia-frias e o desprezo pela moralidade pública". Correndo atrás do estrago A turma de Bresser (Ciência e Tecnologia) afirma que o ministro não discrimina o Nordeste, embora tenha dito que, por lá, investir em ciência "é como colocar capim na frente dos bois". Dizem agora que crescem as bolsas para a região, enquanto elas diminuem no centro-sul. Para baixo do tapete A OAB-SP reduziu em 4.000 os 16 mil processos internos em que advogados são acusados de desvios éticos ou disciplinares. Até que foi fácil: bastou arquivar todos os casos já prescritos. Alerta vermelho 1 A próxima eleição interna do PT, no final do ano, deverá ser decidida no olho mecânico. Segundo contas de caciques do partido, a Articulação e os seus aliados têm maioria em 13 Estados. A esquerda, em 11. Nos demais, há empate técnico. Alerta vermelho 2 A esquerda do PT tem crescido em Estados importantes, como MG, RS e BA. No RJ, há acusações de manipulação de diretórios, e as duas alas estão conflagradas. Mais uma vez os moderados vão depender de SP para manter o controle da legenda. Queda-de-braço Dificilmente o pedido do governador Esperidião Amin (PPB) de manter o Besc (Banco do Estado de Santa Catarina) estatal será atendido. FHC disse que vai estudar. Mas o Ministério da Fazenda e o Banco Central já bombardeiam a proposta. Boa pergunta De Maurílio Ferreira Lima, secretário extraordinário do governo de Pernambuco, sobre a ausência de José Gregori durante a crise da nomeação de delegado acusado de tortura para a PF: ""Não sei o que o secretário de Direitos Humanos foi fazer na China. Comemorar os dez anos do massacre da Paz Celestial?". Visita à Folha Marilena Chaui, professora do departamento de filosofia da USP (Universidade de São Paulo), visitou ontem a Folha, onde foi recebida em almoço. TIROTEIO Do tucano Aloysio Nunes Ferreira (SP), relator da reforma do Judiciário, que propôs a extinção da Justiça do Trabalho, sobre o conselheiro da OAB Saul Quadros ter dito que a ""história não perdoará o vice-governador do Carandiru": - A declaração demonstra até que ponto a cúpula da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) foi contaminada pelo que há de mais raivoso e despreparado no baixo clero da profissão. CONTRAPONTO Só faltou a Portuguesa FHC participou ontem do lançamento da Semana Nacional Antidrogas no Planalto. A campanha terá participação de jogadores e clubes de futebol. Durante seu discurso, o presidente fez uma referência à conquista pelo Palmeiras, na noite anterior, da Taça Libertadores da América. - Quase aplaudi o Palmeiras, sendo eu do Corinthians. Notando a falta de esportividade do comentário, corrigiu-se: - E como foi quase, aplaudo agora. Depois, outra deferência ao time paulista de maior torcida: - E ao aplaudir o Palmeiras, aplaudo todos. E naturalmente o Corinthians. Já que havia começado, FHC foi em frente: - E naturalmente o Flamengo. Mas, como não é de contrariar ninguém, terminou: - Aplaudo todos, e não vou esquecer do Vasco, que são meus clubes (sic). E-mail:painel@uol.com.br Próximo Texto: ACM defende a limitação dos poderes do Supremo Índice |
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