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São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 2003
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PAINEL É o que parece A maior preocupação de Lula ontem, na reunião com ministros e líderes partidários sobre a reforma da Previdência, era não deixar a impressão de que o governo cede quando é pressionado. No final das contas, no entanto, não deu outra coisa. Queda-de-braço Reunido de manhã, o núcleo duro do governo era contra a paridade. Antonio Palocci (Fazenda) falava em preservar a "filosofia" do projeto. Frente à rebelião na Câmara, o Planalto recuou. PTB, PPB, PMDB, PL e PSB exigiram a manutenção do acordo entre as siglas aliadas. Culpa rifada Palocci acha que José Dirceu poderia ter endurecido mais com o Congresso. Já o chefe da Casa Civil, que João Paulo (Câmara) jogou mais no time do Congresso do que no de Lula. Ato falho Enquanto João Paulo (PT) conversava com Lula ao telefone, servidores liderados por Jandira Feghali (PC do B-RJ) berravam à sua porta. O presidente da Câmara explodiu: "Vocês querem rachar aqui dentro! Vamos ganhar do governo primeiro!". Parceria mantida Lula quer preservar o fórum nacional de governadores, posto à prova nas discussões sobre mudanças na reforma da Previdência. Apesar de avaliar que eles não têm os votos que julgam possuir no Congresso, considera que reforça sua imagem de líder de um pacto nacional. Ventríloquo petista Relator da reforma da Previdência, José Pimentel (PT-CE) navegou ao sabor das pressões. "É um peso. Só eu sei o que estou passando", desabafou. Não, senhor Enquanto os governadores defendem projeto que os autoriza a gastar livremente 20% das receitas, seus secretários de saúde redigem nota contra a medida. Dizem que desestruturaria o setor. Hoje, os Estados têm de aplicar um percentual fixo. Ralo aberto O governo calcula que 30% das verbas de alfabetização repassadas a ONGs e a prefeituras são desviadas. Waldir Pires (Controle da Transparência) auxiliará Cristovam Buarque (Educação) na fiscalização. Pedras no caminho Blitz da Secretaria de Direito Econômico e da PF apreendeu documentos e computadores do Sindipedras, o sindicato das pedreiras que abastecem a construção civil em SP. Investiga-se suposta formação de cartel. O contribuinte e o pato O suposto acerto entre as pedreiras estaria elevando em 20% o custo do produto e, consequentemente, encarecendo obras públicas. O Sindipedras nega a formação de cartel. Entrou mudo, saiu calado José Alencar foi tão discreto desta vez no exercício da Presidência que acabou ganhando um apelido no Congresso: Marco Maciel. O Planalto adorou. Infância roubada A CPI mista que investiga a exploração sexual de crianças já tem na mira os seus próximos alvos: Ceará e Maranhão. Turismo sexual Em Fortaleza, empresas de turismo estariam agenciando acompanhantes menores de idade para estrangeiros. Um livro com fotos das garotas seria apresentado ainda no aeroporto. Já em São Luís há denúncias de meninas sendo encaminhadas a navios estrangeiros. Pressão local Servidores públicos do RS têm batido ponto no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, nas manhãs de terça e nas tardes de quinta. A fim de apupar os deputados petistas que apóiam a reforma da Previdência de Lula. TIROTEIO Do líder do governo na Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PC do B-SP), sobre Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB no Senado, atacar Lula pelas críticas aos Estados Unidos: -O senador Virgílio é um quadro que certamente faria muita falta no Congresso. Não vejo com bons olhos a idéia de ele assumir a Embaixada dos EUA no Brasil. CONTRAPONTO Em família
Em Lisboa, durante escala da
viagem à Europa, Lula fez reflexões sobre o poder com o primeiro-ministro de Portugal, José Manuel Durão Barroso. |
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