São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 2003 |
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REFORMA DA REFORMA Lula cede e muda reforma; CUT e Judiciário protestam
Depois de uma maratona de negociações, sob pressão dos governadores, do Judiciário e da base aliada, o governo Luiz Inácio Lula da Silva se viu obrigado a ceder em sua proposta original de reforma da Previdência. O relatório apresentado ontem mantém a aposentadoria integral e a paridade para os atuais servidores. A solução encontrada, porém, não conseguiu evitar insatisfações. As maiores resistências ainda partem do Judiciário e do funcionalismo. O presidente do STF, Maurício Corrêa, criticou sobretudo o subteto salarial dos juízes estaduais, que ficou limitado na proposta em 75% do salário dos ministros do Supremo. "O jogo começa agora", disse, sinalizando que os juízes vão manter a pressão. A Justiça estadual ecoou o recado, e ameaça entrar em greve. Encarregado de arbitrar os conflitos hora depois de voltar da Europa, Lula também foi vencido pelo menos em um ponto. Contra a paridade, o presidente foi induzido a ceder no início da tarde. Ganhou a base aliada no Congresso e saíram derrotados os ministros Antonio Palocci Filho (Fazenda) e Luiz Gushiken (Comunicação), inspirador da reforma original. Também derrotada, a CUT, que boicotara a greve dos servidores, ameaça agora engrossar as paralisações. Nos Estados, os governadores aprovaram o texto final com ressalvas. Ainda devem pressionar por compensações na reforma tributária. No final do dia, Palocci resumiu em uma frase o resultado das negociações: "Chegamos muito perto do limite das mudanças que um projeto como esse pode suportar." Lido ontem no plenário, o texto do relator José Pimentel (PT-CE) será agora submetido à comissão especial da Câmara que analisa o tema. Texto Anterior: Painel Próximo Texto: Texto da Previdência prevê paridade Índice |
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