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São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 2003

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OPOSIÇÃO

Ataque ocorreu um dia após partido chamar governo de "incompetente"

PSDB ironiza "espetáculo da recessão"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um dia após ter classificado a gestão petista de "incoerente", "fisiológica" e "incompetente", o PSDB subiu ainda mais o tom e partiu para o ataque ao desempenho do governo Luiz Inácio Lula da Silva na área econômica.
No documento "O espetáculo da recessão já começou" -uma análise repleta de adjetivos sobre os seis primeiros meses do governo Lula-, os tucanos dizem que a reforma da Previdência é "equivocada", que a tributária é "acanhada" e que o "espetáculo do crescimento" anunciado por Lula é "apenas mais uma das vãs promessas do PT (ou das bravatas do presidente)".
O documento foi concluído na quarta-feira pela presidência do PSDB e não é assinado por nenhum integrante do partido.
Os tucanos criticam a equipe econômica por ter "importado uma agenda perdida" -alusão ao conjunto de propostas econômicas liberais elaborado, entre outros, pelo secretário de Política Econômica da Fazenda, Marcos Lisboa-, "que mesmo para o governo anterior já não servia".
O PSDB credita o quadro ruim da economia aos juros altos e à restrição orçamentária excessiva.
"Seis meses de economia brasileira nas mãos do governo e o país está diante de um novo dilema: o presidente prometeu que o "espetáculo do crescimento" iria começar. Mas, no sentido exatamente oposto, o que começou foi o triste espetáculo da recessão econômica", escreveram os tucanos.
É bom lembrar que no último ano do mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), o país teve um crescimento de apenas 1,5%, uma taxa de inflação de 12,5% e uma forte desvalorização da moeda, com o dólar cotado a R$ 3,55.
Além disso, o endividamento chegou a R$ 881 bilhões, e o risco-país passou de 2.000 pontos (20 pontos percentuais de juros a mais que a taxa dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos).
De acordo com o PSDB, os petistas não erraram ao adotar os mesmos "remédios aplicados pelo governo anterior", mas sim na sua dosagem.
O documento afirma ainda que o único fator de dinamismo da economia, o conjunto das exportações, corre o risco de retroceder por falta de novos incentivos. "O BNDES, braço financeiro mais importante da nossa política industrial, está hoje praticamente inoperante", diz o texto.
Os tucanos atacaram também a área social, a saúde e o Fome Zero, criticado pelo atraso de sua implantação. (LEONARDO SOUZA)


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