DA SUCURSAL DO RIO

A ABL (Academia Brasileira de Letras) distribuiu ontem R$ 255 mil em prêmios para dez escritores brasileiros em cerimônia realizada na sede da instituição, no centro do Rio. O mais importante deles, no valor de R$ 75 mil, foi dado ao memorialista Antônio Carlos Vilaça, 75, que recebeu o Prêmio Machado de Assis pelo conjunto de sua obra.
Entre os premiados estavam os jornalistas Elio Gaspari e Bernardo Ajzenberg, colunista e ombudsman da Folha, respectivamente. Gaspari recebeu R$ 30 mil pelos ensaios "Ditadura Escancarada" e "Ditadura Envergonhada", que abordam o período do regime militar entre 1964 e 1974.
Ajzenberg dividiu o prêmio de melhor ficção com Ana Miranda. Ele pelo seu "A Gaiola de Faraday". Ela por "Dias & Dias". Cada um ganhou R$ 15 mil.
Gaspari disse que os dois próximos volumes da série "As Ilusões Armadas", sobre o ciclo militar brasileiro, deverão ser lançados em outubro próximo e em março de 2004. Para Ajzenberg, sua premiação significa "abertura e reconhecimento da Academia de uma nova geração, da qual eu me sinto parte. Acho isso um aspecto simbólico importante".
A cerimônia foi aberta pelo presidente da ABL, Alberto da Costa e Silva, que leu o discurso de Machado de Assis na fundação da casa -que no dia 20 completará 106 anos. A seguir, Vilaça foi saudado pelo acadêmico Marcos Almir Madeira, para quem o escritor "contribuiu com seu brilho diferente para o patrimônio cultural do país", e por Costa e Silva.
Ziraldo foi premiado pela melhor obra de literatura infantil ("Menina Nina").
Os outros premiados foram Fabrício Carpinejar e Antonio Carlos Secchin (poesia) e Boris Schnaiderman (tradução). Lázara Nanci de Barros Amâncio e Doralice Aparecida Paranzini Gorni receberam o Prêmio Francisco Alves, entregue a cada cinco anos.


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