|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
JUSTIÇA
Ministro afirma ter sido vítima de tentativa de extorsão
Delegado da PF diz que investigará acusações contra Thomaz Bastos
DA REPORTAGEM LOCAL
O delegado da Polícia Federal
de São Paulo Moacir Moliterno,
59, informou ontem que investigará a documentação entregue à
polícia pelo comerciante Carlos
Umberto Pereira, 43, e pelo contador de empresas Carlos Roberto
Alves, que comprovaria supostas
remessas ilegais de US$ 4 milhões
feitas pelo ministro da Justiça,
Márcio Thomaz Bastos, em julho
de 1993.
"Não estamos investigando o
ministro", disse o delegado.
Por meio de sua assessoria, o
ministro negou as operações e
disse ter sido vítima de uma "tentativa de extorsão". Segundo a assessoria, a dupla teria tentado
vender a papelada para órgãos da
imprensa.
Indagada sobre as circunstâncias da suposta extorsão, a assessoria informou que houve contatos por meio de "terceiros".
Num primeiro depoimento, Pereira disse que pretendia "sanear
a grave situação financeira em
que vinham vivendo, colocando
um preço de aproximadamente
US$ 5 milhões" para os papéis.
Num segundo depoimento, Pereira negou ter pedido dinheiro.
A polícia estava averiguando, a
pedido do ministro, há cerca de
três meses boatos de que pessoas
estavam tentando vender documentos que "denegriam" o ministro. Pereira foi localizado numa rua de São Paulo no último dia
10, com os documentos. Seu amigo Carlos Alves prestou depoimento dias depois.
Alves afirmou à polícia ter participado da operação de remessa
do dinheiro. Os dólares teriam
saído do banco Excel por meio de
um empréstimo fictício concedido à Agropecuária Ermovale, de
Ibaté (SP). Segundo a denúncia,
tratava-se do pagamento de honorário de Bastos, que havia defendido a família proprietária da
agropecuária num caso de homicídio. O dinheiro teria saído do
Uruguai, passado por Cayman e
ido parar em Liechtenstein, país
da Europa.
(RUBENS VALENTE)
Texto Anterior: Literatura: Academia premia dez escritores brasileiros em cerimônia no Rio Próximo Texto: Panorâmica - Caso CC-5: Justiça brasileira pede mais 157 quebras de sigilo Índice
|