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São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 2003

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JUSTIÇA

Ministro afirma ter sido vítima de tentativa de extorsão

Delegado da PF diz que investigará acusações contra Thomaz Bastos

DA REPORTAGEM LOCAL

O delegado da Polícia Federal de São Paulo Moacir Moliterno, 59, informou ontem que investigará a documentação entregue à polícia pelo comerciante Carlos Umberto Pereira, 43, e pelo contador de empresas Carlos Roberto Alves, que comprovaria supostas remessas ilegais de US$ 4 milhões feitas pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, em julho de 1993.
"Não estamos investigando o ministro", disse o delegado.
Por meio de sua assessoria, o ministro negou as operações e disse ter sido vítima de uma "tentativa de extorsão". Segundo a assessoria, a dupla teria tentado vender a papelada para órgãos da imprensa.
Indagada sobre as circunstâncias da suposta extorsão, a assessoria informou que houve contatos por meio de "terceiros".
Num primeiro depoimento, Pereira disse que pretendia "sanear a grave situação financeira em que vinham vivendo, colocando um preço de aproximadamente US$ 5 milhões" para os papéis. Num segundo depoimento, Pereira negou ter pedido dinheiro.
A polícia estava averiguando, a pedido do ministro, há cerca de três meses boatos de que pessoas estavam tentando vender documentos que "denegriam" o ministro. Pereira foi localizado numa rua de São Paulo no último dia 10, com os documentos. Seu amigo Carlos Alves prestou depoimento dias depois.
Alves afirmou à polícia ter participado da operação de remessa do dinheiro. Os dólares teriam saído do banco Excel por meio de um empréstimo fictício concedido à Agropecuária Ermovale, de Ibaté (SP). Segundo a denúncia, tratava-se do pagamento de honorário de Bastos, que havia defendido a família proprietária da agropecuária num caso de homicídio. O dinheiro teria saído do Uruguai, passado por Cayman e ido parar em Liechtenstein, país da Europa. (RUBENS VALENTE)


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