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CPI dos Sanguessugas vai investigar 90 congressistas
Geraldo Magela/Ag. Senado
![](../images/n1807200601.jpg) |
Amir Lando, o relator, que analisou os documentos sigilosos |
Comissão, que trabalhava com lista de 57 nomes, investigará ainda 10 ex-parlamentares
Volume de material de apuração, maior parte sobre depoimento de um acusado, pode implicar atraso do relatório preliminar da CPI
ADRIANO CEOLIN
LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após análise preliminar dos
depoimentos dos empresários
apontados como líderes da máfia das ambulâncias, integrantes da CPI dos Sanguessugas
concluíram ontem que a investigação será feita sobre 90 congressistas e dez ex-congressistas supostamente envolvidos.
"Os depoimentos acrescentaram novos nomes. Vamos
trabalhar tranqüilamente com
90 parlamentares envolvidos",
disse o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), integrante da
comissão. "Agora não significa
que todos sejam culpados."
Além de Gabeira, o relator da
CPI, Amir Lando (PMDB-RO),
e o deputado Carlos Sampaio
(PSDB-SP) analisaram ontem
os documentos sigilosos da
CPI. "Com certeza, o número
de envolvidos é maior do que
57", disse Sampaio, que foi nomeado sub-relator da CPI.
A maior parte do material se
refere ao depoimento do empresário Luiz Antonio Trevisan
Vedoin, apontado pela Polícia
Federal como líder da quadrilha. Luiz Antonio apresentou
provas de pagamentos, como
recibos e registros de transferências bancárias para deputados. Ele falou por sete dias consecutivos ao juiz Jefferson
Schneider, da 2ª Vara Federal
do Mato Grosso, que é o responsável pelo processo.
O volume da documentação
fez Lando aventar ontem a possibilidade de atrasar a entrega
do relatório preliminar da CPI.
"Nosso objetivo é finalizá-lo [o
relatório] no dia 2 de agosto,
mas talvez a gente não consiga." Os integrantes da CPI, presidida pelo deputado Antonio
Carlos Biscaia (PT-RJ), querem analisar o depoimento e as
provas apresentadas por Luiz
Antonio antes de decidir se vão
ouvi-lo em Brasília.
O objetivo é cruzar as informações dele com as de Darci
Vedoin, seu pai e também
apontado pela Polícia Federal
como um dos líderes da quadrilha. Na semana passada, a CPI
foi à Cuiabá (MT) ouvir o empresário. Em depoimento reservado, ele deu detalhes sobre
o esquema.
Ele confirmou que, além de
Ney Suassuna (PMDB-PB),
mais dois senadores teriam sido beneficiados pelo esquema:
Magno Malta (PL-ES) e Serys
Slhessarenko (PT-MT). Os dois
negam as denúncias.
Ainda no depoimento, Darci
disse que, no início do governo
de Luiz Inácio Lula da Silva, o
candidato derrotado ao governo do Ceará pelo PT José Airton Cirilo enviou dois emissários para negociar a liberação
do pagamento de 130 ambulâncias com o então ministro
Humberto Costa -eles negam.
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