São Paulo, quarta-feira, 18 de julho de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

"Devemos essa satisfação"

Em resposta à tragédia em Congonhas, deputados da oposição que integram a CPI do Apagão Aéreo defendem a suspensão imediata do recesso parlamentar para que a comissão retome seus trabalhos.
No entender de Vic Pires (DEM-PA), um grupo deveria fazer diligência no aeroporto paulistano e requisitar os relatórios sobre as reformas na nova pista. "Devemos essa satisfação à sociedade", diz. Para Wanderlei Macris (PSDB-SP), a Infraero precisa esclarecer o quanto antes o motivo da liberação da pista principal do aeroporto antes da conclusão do sistema de drenagem. Os chamados "groovings", ranhuras na pista que evitam derrapagens, começariam a ser feitos só a partir do próximo dia 29.

Revolta 1. Tão logo anunciado o acidente com o Airbus da TAM, um comandante da companhia fez um discurso inflamado na sala de embarque do aeroporto de Curitiba. Disse que era um absurdo a pista de Congonhas ter sido liberada para esse tipo de aeronave sem sistema de drenagem para dias de chuva.

Revolta 2. Diante de passageiros que aguardavam seus vôos, o comandante afirmou que a pista só foi liberada pela Infraero porque julho é mês de férias, e que uma tragédia como a de ontem era previsível. "Quero ver quem será responsabilizado. Quero ver quem é que vai preso."

Para registro. Passados nove meses, ninguém foi demitido do governo Lula por causa da crise aérea.

Elite. O deputado Julio Redecker (PSDB-RS), passageiro do avião da TAM, está entre os 16 tucanos que entraram para a nova lista dos cem parlamentares mais influentes do Congresso. A 14ª edição anual do levantamento feito pelo Diap será lançada na primeira semana de agosto.

É como eu digo. Uma semana antes de ficar magoado com o público que o vaiou no Maracanã, Lula aproveitou uma solenidade na Bahia para aconselhar o governador Jaques Wagner (PT) a não se "acabrunhar" com críticas e protestos. "Vaia e aplauso são dois lados da moeda", ensinou o presidente ao aliado.

Tijolo... Dentro do processo de desmonte da CDHU planejado pelo governo Serra, serão fechados até o final do mês 5 dos 11 escritórios regionais da empresa, acusada de praticar fraudes em licitações para construção de casas populares durante a gestão do também tucano Geraldo Alckmin. Entre os cinco estão os escritórios de Presidente Prudente, Araçatuba e Taubaté.

...por tijolo. O Palácio dos Bandeirantes tentará desvincular o enxugamento do escândalo, argumentado que seu objetivo é reduzir o inchaço da CDHU, que hoje consome 40% dos recursos vinculados à habitação em São Paulo. A eliminação de cargos deverá atingir alckmistas e principalmente o espólio do covismo, aumentando a grita de deputados aliados na Assembléia.

Apelo. Advogado de Renan Calheiros, Eduardo Ferrão abandonou o tom teatral a fim de convencer senadores de que a perícia na documentação do peemedebista precisa se ater à representação do PSOL. Sem isso, disse, não haverá "saída" para seu cliente.

Vacina. Sem conseguir impugnar perguntas incluídas no processo, Ferrão se adiantou a eventuais falhas na defesa: notas fora de ordem cronológica seriam justificadas por cheques pré-datados. E guias de trânsito animal não teriam relação com venda, mas com transporte de gado.

Culpa da mídia. Depois de se manifestar contra o "linchamento" de Renan, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, disse a correligionários que não pretende voltar mais ao assunto em público. Acha que suas palavras foram utilizadas "fora de contexto".

Tiroteio

"Tal veio autoritário assusta por vir de alguém que se projetou utilizando justamente os instrumentos da democracia."


Do deputado NÁRCIO RODRIGUES (PSDB-MG), vice-presidente da Câmara, sobre a presidente do PSOL, Heloísa Helena, que ao comentar o caso Renan disse que "ainda" não é contra fechar o Congresso.

Contraponto

Pecadilhos

Na semana passada, durante debate que precedeu a aprovação das contas de Geraldo Alckmin pela Assembléia, a oposição não perdeu a chance de apontar irregularidades na gestão do ex-governador paulista.
-Mas são apenas pecados veniais...-, tentou minimizar o tucano Barros Munhoz, líder do governo na Casa.
-A Igreja Católica acabou com o limbo, deputado, não com o purgatório-, rebateu o petista Rui Falcão.
Diante da atitude vigilante do colega, Munhoz achou por bem encerrar o embate teológico:
-Só que de lá o sujeito vai direto para o céu!


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