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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
"Devemos essa satisfação"
Em resposta à tragédia em Congonhas, deputados
da oposição que integram a CPI do Apagão Aéreo defendem a suspensão imediata do recesso parlamentar
para que a comissão retome seus trabalhos.
No entender de Vic Pires (DEM-PA), um grupo deveria fazer diligência no aeroporto paulistano e requisitar os relatórios sobre as reformas na nova pista.
"Devemos essa satisfação à sociedade", diz. Para
Wanderlei Macris (PSDB-SP), a Infraero precisa
esclarecer o quanto antes o motivo da liberação da
pista principal do aeroporto antes da conclusão do
sistema de drenagem. Os chamados "groovings",
ranhuras na pista que evitam derrapagens, começariam a ser feitos só a partir do próximo dia 29.
Revolta 1. Tão logo anunciado o acidente com o Airbus
da TAM, um comandante da
companhia fez um discurso
inflamado na sala de embarque do aeroporto de Curitiba.
Disse que era um absurdo a
pista de Congonhas ter sido liberada para esse tipo de aeronave sem sistema de drenagem para dias de chuva.
Revolta 2. Diante de passageiros que aguardavam seus
vôos, o comandante afirmou
que a pista só foi liberada pela
Infraero porque julho é mês
de férias, e que uma tragédia
como a de ontem era previsível. "Quero ver quem será responsabilizado. Quero ver
quem é que vai preso."
Para registro. Passados
nove meses, ninguém foi demitido do governo Lula por
causa da crise aérea.
Elite. O deputado Julio Redecker (PSDB-RS), passageiro do avião da TAM, está entre
os 16 tucanos que entraram
para a nova lista dos cem parlamentares mais influentes
do Congresso. A 14ª edição
anual do levantamento feito
pelo Diap será lançada na primeira semana de agosto.
É como eu digo. Uma semana antes de ficar magoado
com o público que o vaiou no
Maracanã, Lula aproveitou
uma solenidade na Bahia para
aconselhar o governador Jaques Wagner (PT) a não se
"acabrunhar" com críticas e
protestos. "Vaia e aplauso são
dois lados da moeda", ensinou
o presidente ao aliado.
Tijolo... Dentro do processo
de desmonte da CDHU planejado pelo governo Serra, serão
fechados até o final do mês 5
dos 11 escritórios regionais da
empresa, acusada de praticar
fraudes em licitações para
construção de casas populares durante a gestão do também tucano Geraldo Alckmin.
Entre os cinco estão os escritórios de Presidente Prudente, Araçatuba e Taubaté.
...por tijolo. O Palácio dos
Bandeirantes tentará desvincular o enxugamento do escândalo, argumentado que
seu objetivo é reduzir o inchaço da CDHU, que hoje consome 40% dos recursos vinculados à habitação em São Paulo.
A eliminação de cargos deverá
atingir alckmistas e principalmente o espólio do covismo,
aumentando a grita de deputados aliados na Assembléia.
Apelo. Advogado de Renan
Calheiros, Eduardo Ferrão
abandonou o tom teatral a fim
de convencer senadores de
que a perícia na documentação do peemedebista precisa
se ater à representação do
PSOL. Sem isso, disse, não haverá "saída" para seu cliente.
Vacina. Sem conseguir impugnar perguntas incluídas
no processo, Ferrão se adiantou a eventuais falhas na defesa: notas fora de ordem cronológica seriam justificadas
por cheques pré-datados. E
guias de trânsito animal não
teriam relação com venda,
mas com transporte de gado.
Culpa da mídia. Depois
de se manifestar contra o "linchamento" de Renan, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, disse a correligionários
que não pretende voltar mais
ao assunto em público. Acha
que suas palavras foram utilizadas "fora de contexto".
Tiroteio
"Tal veio autoritário assusta por vir de
alguém que se projetou utilizando justamente
os instrumentos da democracia."
Do deputado NÁRCIO RODRIGUES (PSDB-MG), vice-presidente da Câmara, sobre a presidente do PSOL, Heloísa Helena, que ao comentar o
caso Renan disse que "ainda" não é contra fechar o Congresso.
Contraponto
Pecadilhos
Na semana passada, durante debate que precedeu a
aprovação das contas de Geraldo Alckmin pela Assembléia, a oposição não perdeu a chance de apontar irregularidades na gestão do ex-governador paulista.
-Mas são apenas pecados veniais...-, tentou minimizar
o tucano Barros Munhoz, líder do governo na Casa.
-A Igreja Católica acabou com o limbo, deputado, não
com o purgatório-, rebateu o petista Rui Falcão.
Diante da atitude vigilante do colega, Munhoz achou
por bem encerrar o embate teológico:
-Só que de lá o sujeito vai direto para o céu!
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