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Depois da "tristeza", presidente mostra bom humor e faz brincadeiras no Planalto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em uma tentativa de mostrar
que a "tristeza" com as seis
vaias no Maracanã já passou, o
presidente Lula se esforçou por
demonstrar bom humor ontem
de manhã, no Planalto.
Primeiro, cumprimentou
jornalistas que o aguardavam
com um "buon giorno" [bom
dia, em italiano]. Em seguida,
soltou três tiradas em discurso
a integrantes do Conselho de
Desenvolvimento Econômico e
Social. A primeira delas foi para
se desculpar que não poderia ficar até o final da reunião, devido a um compromisso. "Não
posso ficar nem mais um minuto com vocês, já diria Adoniran
Barbosa", avisou o presidente.
A segunda gracinha veio
quando Lula falava que o Brasil
tem de tomar cuidado para não
acontecer com os biocombustíveis o que aconteceu no ciclo da
borracha, que trouxe muito dinheiro, mas durou pouco. "A
elite brasileira, que saía do Sul
para tomar conta da borracha
no Amazonas, mandava lavar a
roupa em Paris. Eram seis meses para ir e voltar. Imaginem o
cidadão ficar esperando uma
cueca seis meses, e naquele
tempo era ceroulão", afirmou,
para risos dos conselheiros, em
sua maior parte empresários e
líderes de organizações de vários setores da sociedade.
Por fim, Lula fez uma de suas
tiradas prediletas, ao dizer que
sempre repete muitas vezes
uma palavra difícil, depois que
aprende a dizê-la. Já houve a fase do "sine qua non" (essencial)
e a de "transesterificação" (processo para a produção de biodiesel). Ontem, foi a vez de
"inexorável", citada quatro vezes no discurso improvisado.
"Quero dizer para vocês que
também é inexorável -de vez
em quando eu aprendo uma palavra difícil e a repito muito,
inexorável eu acho o máximo-
a sustentabilidade do crescimento econômico brasileiro."
Apesar do esforço para superar a irritação com as vaias, Lula evitou mais uma vez falar
com jornalistas. O ministro
Walfrido dos Mares Guia se
uniu ao chefe para dizer que
Lula retomou o bom humor.
O deputado Ciro Gomes
(PSB) disse que Lula errou ao
não encarar as vaias. "Se tivesse
encarado, no mínimo dividia a
platéia", disse Ciro, que estava
no estádio próximo a Lula.
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