São Paulo, quarta-feira, 18 de julho de 2007

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Depois da "tristeza", presidente mostra bom humor e faz brincadeiras no Planalto

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em uma tentativa de mostrar que a "tristeza" com as seis vaias no Maracanã já passou, o presidente Lula se esforçou por demonstrar bom humor ontem de manhã, no Planalto.
Primeiro, cumprimentou jornalistas que o aguardavam com um "buon giorno" [bom dia, em italiano]. Em seguida, soltou três tiradas em discurso a integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. A primeira delas foi para se desculpar que não poderia ficar até o final da reunião, devido a um compromisso. "Não posso ficar nem mais um minuto com vocês, já diria Adoniran Barbosa", avisou o presidente.
A segunda gracinha veio quando Lula falava que o Brasil tem de tomar cuidado para não acontecer com os biocombustíveis o que aconteceu no ciclo da borracha, que trouxe muito dinheiro, mas durou pouco. "A elite brasileira, que saía do Sul para tomar conta da borracha no Amazonas, mandava lavar a roupa em Paris. Eram seis meses para ir e voltar. Imaginem o cidadão ficar esperando uma cueca seis meses, e naquele tempo era ceroulão", afirmou, para risos dos conselheiros, em sua maior parte empresários e líderes de organizações de vários setores da sociedade.
Por fim, Lula fez uma de suas tiradas prediletas, ao dizer que sempre repete muitas vezes uma palavra difícil, depois que aprende a dizê-la. Já houve a fase do "sine qua non" (essencial) e a de "transesterificação" (processo para a produção de biodiesel). Ontem, foi a vez de "inexorável", citada quatro vezes no discurso improvisado.
"Quero dizer para vocês que também é inexorável -de vez em quando eu aprendo uma palavra difícil e a repito muito, inexorável eu acho o máximo- a sustentabilidade do crescimento econômico brasileiro."
Apesar do esforço para superar a irritação com as vaias, Lula evitou mais uma vez falar com jornalistas. O ministro Walfrido dos Mares Guia se uniu ao chefe para dizer que Lula retomou o bom humor.
O deputado Ciro Gomes (PSB) disse que Lula errou ao não encarar as vaias. "Se tivesse encarado, no mínimo dividia a platéia", disse Ciro, que estava no estádio próximo a Lula.


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