São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 2000


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Bilachi autoriza quebra de sigilos

Alan Marques - 23.jun.99/Folha Imagem
Jair Bilachi, ex-presidente da Previ, que autorizou a quebra de seus sigilos em carta dirigida a ACM


RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-presidente da Previ Jair Bilachi entregou na Presidência do Senado, na terça-feira passada, carta dirigida a Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) autorizando a quebra dos seus sigilos bancário, fiscal e telefônico.
Bilachi deverá ser convidado a depor na subcomissão do Senado, que poderá voltar a ouvir o ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge sobre suas ligações com Bilachi e com a Previ.
Bilachi, no mesmo dia, entregou pessoalmente à líder do Bloco da Oposição, senadora Heloísa Helena (PT-AL), cópia da carta. Na conversa com a senadora, Bilachi fez um desabafo e disse que está ""cansado" de esperar que o Banco do Brasil corrija a ""injustiça" que cometeu contra ele.
""Ele parecia muito abalado", disse ontem a senadora à Folha.
O ex-presidente da Previ se referia ao fato de ter sido demitido do cargo por causa de auditoria do Banco do Brasil que o apontou como um dos responsáveis pela falência da Encol, por ter concedido empréstimos à construtora quando era o gerente de uma agência do BB de Brasília.
ACM, que estava na Bahia, ainda não recebeu a carta de Bilachi. Somente em setembro ele tomará decisão sobre os pedidos de quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico do ex-secretário-geral da Presidência, Eduardo Jorge, e de outras pessoas, entre elas Bilachi.
Os pedidos foram feitos por requerimentos da subcomissão que aprofunda as investigações do desvio de recursos destinados à obra do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo.
O ex-presidente da Previ afirma na carta que está preocupado com a possibilidade de seu nome ser associado pela imprensa às irregularidades da obra. Ele diz não ter sido indicado por Eduardo Jorge para a Previ e que vincular seu nome ao do ex-secretário-geral e à Encol é ""fantasia" e ""má fé".
Na carta, Bilachi pede a ACM que seu nome não seja vinculado às irregularidades da obra do TRT-SP, caso que diz conhecer ""pela mídia", e que qualquer investigação sobre sua vida profissional seja ""profunda, mas justa".

Depoimento
A líder da oposição e os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Amir Lando (PMDB-RO) apresentaram na quarta-feira requerimento à subcomissão convidando Bilachi a prestar depoimento. O requerimento deverá ser aprovado na próxima terça-feira.
Suplicy disse que será ""inevitável" convidar novamente o ex-secretário-geral da Presidência para prestar depoimento à subcomissão, já que ficaram comprovadas contradições entre o que ele disse aos senadores na primeira sabatina e o que Bilachi disse em seu depoimento ao Ministério Público.


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