São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

HORÁRIO ELEITORAL
Pesquisa após o 1º programa mostra impacto positivo para Marta e Tuma; Maluf tem avaliação negativa, e Erundina é criticada
Alckmin é bem-aceito após estréia na TV

DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PSDB à prefeitura paulistana, Geraldo Alckmin, recebeu as melhores avaliações em pesquisa realizada sobre o primeiro dia do horário eleitoral gratuito para prefeitos.
Alckmin foi considerado o candidato "mais honesto", o "mais confiável", "mais verdadeiro" e "mais humilde" por um grupo de eleitores que tomaram parte na pesquisa, coordenada pelos institutos especializados Interativa e ComSenso, com a supervisão do Datafolha.
A pesquisa foi feita logo após os eleitores terem assistido ao programa eleitoral gratuito dos candidatos a prefeito na televisão.
Esse tipo de pesquisa, chamada "quali-quanti", é usado para testar a aceitação a uma campanha publicitária na TV. É realizado para orientar estratégias para conquista de voto ou estratégias de comunicação.
O número de participantes dos grupos (60 no caso de ontem) não representa o total de eleitores da cidade. A pesquisa se restringe ao segmento (classes C e D) onde se concentra a maioria dos eleitores paulistanos.
As leituras dos resultados têm de ser cautelosas, mas permitem a identificação de tendências de opinião nos grupos sociais que os entrevistados representam.
Os eleitores responderam a perguntas formuladas pela psicóloga Suzy Zveibil Cortoni com base na impressão que tiveram dos candidatos no programa, veiculado das 20h30 às 21h.
O tucano foi considerado o candidato mais confiável, seguido por Marta e Luiza Erundina. Foi considerado também como o mais humilde.
"Ele (Alckmin) já exerceu muitos cargos e nunca ouvimos nada de ruim. Acho que isso é bom, na atual circunstância", disse uma dona-de-casa de 44 anos que se declarou eleitora de Tuma.
"Eu não o conhecia. Agora, talvez mude meu voto do Maluf para Alckmin", afirmou uma diarista de 43 anos.
Nem tudo foram elogios ao tucano, no entanto. Um eleitor achou que imagens do candidato simulando trabalhar no computador ficaram "falsas", enquanto outro criticou-o por não dar ênfase à segurança em seu programa.
No outro extremo, Maluf foi considerado pelos eleitores o candidato "menos confiável" e "mais artificial". Também foi julgado o "mais autoritário".
O uso por Maluf de imagens escuras e de uma "estética da violência" em seu programa desagradou à maioria dos eleitores.
"Achei muito forte o que ele mostrou. Aquelas imagens a gente vê todos os dias, nos jornais. Não precisava o Maluf ter repetido", disse uma eleitora de Tuma.
"Maluf, em outras épocas, agiu bem no sentido de segurança. Teve aquela história de "Rota na rua". Se tem alguém que consegue falar de segurança, é ele", afirmou um dos entrevistados.
Apesar de Alckmin ter despertado mais simpatia junto aos eleitores, foi o programa de Tuma que mais chamou atenção. O grupo disse ter gostado do conteúdo do programa do pefelista.
"Gostei do Tuma porque ele tem proposta para saúde e está preocupado com os idosos. E disse que não vai demitir ninguém", declarou um motoboy solteiro, de 32 anos, que diz votar em Marta.
Mas as propostas do senador foram alvo de crítica de uma eleitora dele próprio. "A proposta do Tuma é muito sonhadora, principalmente o que ele fala sobre saúde. Não deu para acreditar."
Tuma também foi considerado "autoritário". "Ele parece aquele policial que fica pondo o dedo nas coisas", disse um eleitor de Maluf.
A candidata do PT, Marta Suplicy, foi elogiada por ter tratado de desemprego no programa.
"Só ela tratou deste tema. Parece que os outros não acharam muito importante", disse uma dona-de-casa de 42 anos que se declarou eleitora de Alckmin.
A imagem da candidata correndo de mãos dadas com crianças, no entanto, foi reprovada. "Não consigo ver a Marta como humilde, o sobrenome Matarazzo não cola", disse uma eleitora.
Já Luiza Erundina, apesar de considerada "honesta", foi criticada por tratar pouco de política em seu programa. "A musiquinha dela até é boa, mas se ela continuar assim quieta, não vai ser eleita nunca", afirmou um eleitor.


Texto Anterior: Interior: Cachaça e cigarro são dados em campanha
Próximo Texto: Estudo combina técnicas para monitoramento
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.