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OUTRO LADO
Serpro afirma que não sabia
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A diretoria do Serpro afirma
que não sabia que funcionários
do órgão participavam da TCPJ
Informática e Consultoria, a empresa que assumiu a manutenção
dos sistemas informatizados de
registro de veículos e carteiras de
habilitação, que são conhecidos
como Renavam e Renach, respectivamente.
"Não tomamos conhecimento
da criação da TCPJ. Só ficamos sabendo depois", afirmou Raimundo Nonato da Costa, assessor da
diretoria.
Segundo a diretoria, no momento em que o Serpro ficou sabendo da situação, Tibagy Castilho foi chamado para uma reunião com o presidente da instituição, Sérgio Ribeiro, que foi afastado ontem do cargo pelo ministro
Pedro Malan (Fazenda).
Ribeiro teria dito para Castilho
optar entre ficar no Serpro ou
manter sua mulher na TCPJ.
Embora Ribeiro tenha supostamente pedido para Castilho se
afastar da TCPJ, o vice-presidente
do Serpro, Wolney Martins, não
considerou a situação de Castilho
e de João de Deus Gabriel (também sócio da TCPJ e funcionário
do Serpro) ilegal.
Segundo Martins, os funcionários do Serpro só não podem trabalhar em empresas que concorrem diretamente com a estatal.
Para o vice-presidente do órgão, a
TCPJ não poderia ser considerada
uma concorrente, pois prestava
um serviço que o Serpro estava
justamente deixando de prestar.
Segundo Tibagy, a decisão de
abrir a TCPJ foi tomada num momento em que ele planejava deixar o Serpro.
Mercado
"Naquele momento, vislumbrei
a chance de arriscar no mercado",
disse o atual superintendente de
Serviços Especiais do Serpro.
Tibagy afirmou que depois pensou melhor e decidiu ficar como
funcionário público.
"Sempre fui funcionário público. Pensei que seria melhor ter
um passarinho na mão (manter o
cargo) que dois voando no mercado", disse ele.
Segundo o funcionário do Serpro, ele não ganhou nenhum dinheiro com a empresa.
"Mas também não perdi", completou ele.
O funcionário afirmou que
nunca tentou influenciar na decisão das empresas que seriam contratadas para prestar o serviço,
após a retirada do Serpro.
Tibagy chegou a ser consultado
pelo Ministério da Justiça sobre
que empresas poderiam substituir o Serpro.
A resposta de Tibagy foi que o
Serpro não poderia fazer indicações.
João de Deus Gabriel, sócio da
TCPJ Informática e Consultoria,
disse que o Serpro pediu para ele
ficar "mais uns dias" no órgão.
"Eu tinha trabalhos para repassar a outras pessoas", afirmou.
Ele declarou não considerar
imoral sua dupla função.
"Na prática, eu não estava trabalhando na empresa (TCPJ), estava como sócio, apenas", declarou João de Deus.
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