São Paulo, domingo, 18 de agosto de 2002

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OUTRO LADO

Pefelista admite filiação à Scuderie; advogado confirma homenagem

DA AGÊNCIA FOLHA

O deputado estadual Gilson Lopes (PFL) disse que a presunção de inocência não está sendo respeitada no Espírito Santo. Segundo o deputado, ele não foi ouvido pela CPI do Narcotráfico.
Quanto à Scuderie Detetive Le Cocq, Lopes admite já ter sido filiado. "Eu entrei em 1984, logo que foi fundada. Nessa época era uma entidade filantrópica, com cerca de 30 pessoas. Todo mundo se conhecia", disse.
Para o presidente da Assembléia Legislativa, José Carlos Gratz (PFL), o relatório final da CPI do Narcotráfico é "um pedaço de papel higiênico usado".
Gratz atribui as acusações contra ele a inimigos políticos e a "um bando de desocupados" do Ministério Público Estadual e da Procuradoria da República.
O presidente da OAB capixaba, Agesandro Pereira, admitiu ter sido homenageado pela Scuderie e que o presidente da organização fez parte do conselho da Ordem dos Advogados do Brasil.
No entanto, Pereira disse que esses fatos ocorreram antes de a Scuderie se tornar uma organização criminosa com ligações com o crime organizado. Sobre José Almério Petronetto, o então presidente da Le Cocq, Agesandro disse que ele era um advogado de "alto gabarito" e que não sabia, na época, de seu envolvimento com o crime organizado. Petronetto morreu há cerca de dois anos.
O ex-ministro Élcio Álvares (PFL) disse que desistiu da candidatura ao Senado por não ter condições financeiras de arcar com os gastos da campanha. Segundo ele, a renúncia e a decisão do CDDPH (Conselho de Defesa da Pessoa Humana) favorável à intervenção federal no Espírito Santo não têm relação direta.
Álvares negou que a possibilidade das acusações contra ele, feitas pelo detetive Francisco Badenes, serem ventiladas durante a campanha tenha contribuído para sua decisão. "Não houve um processo sequer contra a minha pessoa. Aquilo foi uma das coisas mais brutais que já se fez com uma pessoa nesse país."
Na Polícia Civil, a Agência Folha foi informada de que João Manoel Rodrigues e Ismael Foratini estão de férias. Mário Rodrigues Lopes, procurado cinco vezes, estava sempre em compromissos externos e não ligou de volta para a Agência Folha.
A promotora Eloísa Helena Chiabai afirmou que nunca fez parte da Le Cocq e que não conhece ninguém ligado à entidade. "A Corregedoria de Justiça me investigou e não foi encontrado nada." A Agência Folha não conseguiu localizar o desembargador aposentado Geraldo Corrêa Lima.
(FERNANDA KRAKOVICS)


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