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SÃO PAULO
Campanha do pepebista vai investir na imagem de que só o ex-prefeito pode resolver os problemas do Estado
Maluf se assume como "mal necessário"
XICO SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato do PPB ao governo
do Estado, Paulo Maluf, líder em
intenções de votos -43% segundo o Datafolha-, vai fazer sua
campanha amparado em uma sugestão de grupos de eleitores ouvidos por pesquisas do seu comitê: "Maluf é um mal necessário
para São Paulo".
A participação recente de José
Messias -conhecido jurado de
concursos da TV- no programa
de "Raul Gil" (TV Record), quando tirou o chapéu para Maluf, ajudou a consolidar a linha da propaganda e marketing do PPB.
Na ocasião, o jurado disse que
não gostava de Maluf, mas tirava
o chapéu -sinal de aprovação ao
político- por um motivo: só ele é
capaz de resolver os problemas
enfrentados pelos paulistas.
"Muita gente pode até achar o
Maluf antipático, chato, mas vê na
candidatura dele a única saída",
disse o jornalista e marqueteiro
da campanha, José Maria Braga,
debruçado sobre um catatau de
pesquisas qualitativas -sondagens que apuram as percepções
dos eleitores sobre os candidatos.
O "rouba mas faz", aforismo colado às jornadas eleitorais de Maluf, também está presente neste tipo de levantamento. "Como não
existem provas que comprometam o candidato, o "rouba" está diminuindo de importância, segundo a percepção das pessoas, e ficando cada vez mais a marca de
um político que faz", relatou Braga, ao exibir à Folha as primeiras
peças da campanha que criou.
Da soma de percepções tiradas
das pesquisas, veio o slogan que o
ex-prefeito de São Paulo utilizará:
"Maluf resolve". Para lastrear o
apelo publicitário, o candidato
tem duas promessas que considera mais fortes.
Uma tem prazo para ser cumprida: acabar com o crime organizado em seis meses -"ou não me
chamo Paulo Maluf". A outra pode enfrentar complicações jurídicas: liberar os pedágios das estradas da meia-noite às 5h -""as
concessionárias de rodovias que
vão à Justiça contestar".
A informação de que autoridades de Jersey, paraíso fiscal no canal da Mancha, bloquearam pelo
menos US$ 200 milhões em contas de Maluf, segundo revelou a
Folha no ano passado, não preocupa o comando da campanha. É
a avaliação feito pelo marqueteiro, mesmo reconhecendo que na
época a notícia afetou a performance malufista nas pesquisas.
Os eleitores, calcula Braga, amparado em pesquisas qualitativas,
estão satisfeitos com a defesa que
o candidato fez em comerciais de
rádio e TV. Nos anúncios, Maluf
disse que sempre foi acusado e
nunca apareceram provas.
Geraldo
O personagem Geraldo, que já
apareceu em comerciais malufistas, será atração permanente no
programa do horário gratuito
preparado pela campanha do
PPB. Com feições que lembram o
governador Geraldo Alckmin
(PSDB) -principal concorrente
no momento do pepebista, com
25% de intenções de votos segundo o Datafolha- o homônimo
surgirá em situações constrangedoras que lembrariam o "caos do
Estado", como diz Maluf.
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