DA REPORTAGEM LOCAL

É difícil antecipar com precisão o que o telespectador verá a partir de terça-feira nos dois blocos de programas dos candidatos a presidente, às 13h e às 20h30. Por razões estratégicas, os marqueteiros mostraram muito pouco do que foi gravado.
E nem tudo o que foi gravado irá ao ar, dependendo da apreciação do material nas pesquisas qualitativas.
É quase certo que o programa de estréia do PT terá entre suas cenas a de Lula junto a "notáveis" do partido, recurso já usado na pré-campanha para atacar a "questão da experiência".
Está em aberto a possibilidade de usar imagens do encontro que o candidato terá com FHC amanhã para discutir o acordo com o FMI.
Do lado de Serra, a quase certeza do primeiro programa é a participação do presidente, com depoimento de apoio ao candidato.
Ainda não se sabe se a namorada de Ciro, Patrícia Pillar, entrará em ação já na terça-feira -o programa de abertura estava pronto na sexta, mas o publicitário decidiu refazê-lo.
De olho nos resultados obtidos com as inserções protagonizadas pela atriz na pré-campanha, a estratégia será repetida, em dose a ser decidida ao longo do período, para evitar saturação.
A equipe de Garotinho não tem por que fazer segredo de sua arma. Com escassez de tempo no ar e de recursos para produção, deverá se apoiar principalmente no poder de comunicação do candidato, ex-radialista.
Em comum, as quatro candidaturas têm a disposição manifesta de fazer programas "propositivos", que não recorram à desqualificação dos adversários.
É bom tomar o anúncio com reserva. Ainda que todos conheçam os riscos da baixaria, frequentemente rejeitada pelo eleitor, o provável é que vários candidatos acabem por adotá-la em algum momento.
Com a possível exceção de Lula, confortável nas pesquisas, os demais não deverão passar sem um tanto de campanha negativa. (RLP)


Texto Anterior: Minissérie eleitoral
Próximo Texto: Hilário político - José Simão: Eu já sei como vai ser o resultado!
Índice