São Paulo, quarta-feira, 18 de agosto de 2004

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PAINEL

Perigo de gol
A perspectiva de que um juiz de Goiás decretasse a prisão de Henrique Meirelles foi o estopim para a edição da MP que deu status de ministro e, com ele, foro privilegiado de Justiça ao presidente do Banco Central.

Deixa comigo
Foi mesmo Meirelles quem solicitou ser "promovido" a ministro. Palocci assumiu oficialmente a paternidade da idéia para preservar o presidente do BC.

Ajuda aos carentes
Da deputada Yeda Crusius (PSDB-RS), repetindo a maldade da hora entre oposicionistas: "Se pudesse, o governo do PT daria foro privilegiado ao tesoureiro Delúbio Soares".

O clone
No saguão do hotel em Santo Domingo, um turista entusiasmado perguntou a um jornalista se era mesmo Lula o barbudo que fumava charuto em um sofá. Para tristeza do fã, tratava-se apenas de Paulo Frateschi, um entre vários petistas acomodados no vôo da alegria da CBF.

Estaca zero
Em conversa com José Dirceu na noite de segunda, Renan Calheiros disse que não há acordo possível para votar a reeleição de José Sarney e João Paulo. E que não aceita discutir compensação para mudar de idéia.

Tesoura 1
A Força Sindical afia os dentes: descobriu que os R$ 131 mi que o Ministério do Trabalho planejava destinar ao Sistema Nacional de Emprego na proposta orçamentária de 2005 foram reduzidos a menos da metade pelo Planejamento. O serviço atende desempregados de baixa renda.

Tesoura 2
"Postos serão fechados e milhares de trabalhadores simplesmente não serão atendidos", diz o presidente da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna. Em seu entender, o governo "nem imagina o que vai acontecer".

Esquenta, esfria
O empenho de Luiz Antonio Fleury e do irmão Lilico na campanha de Marta Suplicy é inversamente proporcional ao ritmo da CPI do Banestado e das novidades sobre a Máfia dos Vampiros. Quanto menos as investigações avançam, mais a dupla do PTB colabora com a petista.

Em guarda
A campanha de Paulo Maluf espera para o início de setembro a ação do Ministério Público na Justiça contra o candidato do PP, acusado de enviar dinheiro irregularmente para o exterior. O ex-prefeito nega.

Passou longe
O PT paulistano respirava aliviado ontem. Orestes Quércia (PMDB), agora à frente da campanha de Luiza Erundina (PSB), ocupou o tempo de rádio e TV para destilar sua mágoa contra Lula, que lhe negou um ministério. Marta Suplicy passou ilesa.

Saudosismo
Do deputado estadual tucano Edson Aparecido, sobre o fato de a propaganda petista na televisão ter exibido os candidatos a vereador apenas com foto, nome e número: "A recaída autoritária é tamanha que o PT resolveu reeditar a Lei Falcão".

Visitas à Folha
Miguel Reale Jr., jurista e ex-ministro da Justiça, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Marco Antonio Nahum, juiz do Tribunal de Alçada Criminal do Estado de São Paulo e presidente do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, de Sérgio Salomão Shecaira, advogado, de Fernanda Vargues Martins, advogada e presidente em exercício do Instituto de Defesa do Direito de Defesa, de Ana Florence, diretora da Máquina da Notícia, e de João Carlos Silva, assessor de imprensa.
 
João Carlos Martins, maestro e ex-pianista, visitou ontem a Folha.

TIROTEIO

Do tucano Sérgio Guerra (PE), líder da minoria no Senado, sobre Lula ter chamado de "covardes" jornalistas que não defendem a criação do Conselho Federal de Jornalismo:
-E quem quer impedir a imprensa de investigar os presidentes do Banco Central e do Banco do Brasil é o quê?

CONTRAPONTO

Cerco vermelho

No sábado passado, o ministro Aldo Rebelo (Coordenação Política) aproveitou a cerimônia de retomada das obras da ponte que liga as cidades de Paulicéia, em São Paulo, a Brasilândia, em Mato Grosso do Sul, para rever ex-colegas de militância.
Um dos principais quadros do PC do B, o ministro esteve acompanhado de deputados tucanos que, no passado, engrossaram fileiras comunistas, especialmente no antigo PCB.
Ao lado de Rebelo também estava o senador pefelista Romeu Tuma (SP), que foi delegado dos órgãos de repressão durante a ditadura militar (1964-1985).
Pouco antes do início da solenidade, um dos presentes comentou em tom de brincadeira:
-Quantos comunistas!
O deputado federal tucano Alberto Goldman, ex-PCB, não perdeu a chance de fazer piada:
-Renda-se, Romeu Tuma, você está cercado!


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