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Em nota, "Veja" contesta capa da "IstoÉ"
DA REPORTAGEM LOCAL
A revista "Veja" contestou ontem, em nota em sua página na internet, a reportagem de capa da
"IstoÉ" desta semana. A "IstoÉ"
traz um artigo em que o jornalista
Luís [Lula] Costa Pinto acusa a revista "Veja", na qual trabalhou, de
ter sustentado, há 11 anos, um erro que teria contribuído com a
cassação do mandato do ex-presidente da Câmara Ibsen Pinheiro
(PMDB-RS): um equívoco na
conversão, diz, transformou US$
1.000 em US$ 1 milhão.
Em sua resposta na internet, a
revista mostra que a capa da "IstoÉ" daquela semana (17/11/93)
trazia o mesmo título ("Até tu, Ibsen?"). E acusa os funcionários da
revista de estarem "tão ocupados
com aspectos pecuniários" que a
""IstoÉ" esqueceu o que escreveu".
"A revista "IstoÉ" esqueceu também de corrigir o erro. Nunca o
corrigiu. A "Veja" se corrigiu na
edição seguinte", diz a nota, referindo-se à reportagem de 24 de
novembro de 1993, com o subtítulo "CPI erra na conta de Ibsen Pinheiro, mas ainda existem US$
230 mil inexplicados".
Procurada pela Folha, "IstoÉ"
limitou-se a informar que "Helio
Campos Mello, diretor de Redação, está analisando" o caso.
Ainda em sua nota, alterada em
alguns detalhes durante a noite, a
"Veja" aponta duas motivações
para Costa Pinto, a quem chama
de "marqueteiro, consultor do PT
e ex-jornalista": financeira ("Sabe-se que Costa Pinto trabalhou
em um livro de Ibsen Pinheiro")
ou política. No último caso, Costa
Pinto -cuja empresa é contratada pela presidência da Câmara-
estaria defendendo o Conselho
Federal de Jornalismo.
"Repilo qualquer associação",
reagiu Costa Pinto, explicando ter
uma empresa de consultoria com
variedade de clientes. "Por sorte,
escrevi artigos condenando esse
conselho antes de saber da publicação do artigo pela "IstoÉ'".
O jornalista frisou que não considera a "Veja" responsável pela
cassação do mandato de Ibsen.
"O processo do Ibsen foi político.
A "Veja" ajudou a formar uma opinião. E, dentro da "Veja", ajudei a
formar essa opinião", disse. "Não
fui o único a errar. Mas fui um dos
únicos a reconhecer o erro. O processo foi político e o que fiz foi reconhecer um erro meu."
Checagem
Citado por Costa Pinto como o
funcionário que detectou o erro
na reportagem sobre Ibsen, o então chefe da equipe de checagem
da "Veja", Adam Sun, rebate o
teor do artigo.
Segundo Sun, os dois cheques
apresentados por Costa Pinto foram excluídos da reportagem
após constatar-se que somavam
US$ 600 (um de US$ 250 e outro
de US$ 350), e não US$ 600 mil,
como descrito no relatório do jornalista. O US$ 1 milhão usado pela
"Veja" era, na sua versão, produto
de outra movimentação financeira: "Efetivamente não há referência a esses cheques tanto na capa
como no texto interno. Não haveria outro jeito: uma vez detectado
o erro, faz-se a correção."
Ibsen Pinheiro não quis comentar a resposta da revista "Veja".
Mas, a exemplo de Lula, negou
que tenha contratado o jornalista
para a redação de sua biografia.
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