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"Vou a debate quando achar que interessa"
PEDRO DIAS LEITE
ENVIADO ESPECIAL A RIO GRANDE (RS)
Criticado pelos adversários
por ter decidido não ir a debates no primeiro turno, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
disse ter o "direito" de decidir:
"Depois de participar de debate
em quatro eleições, cheguei à
conclusão de que tenho o direito de decidir se vou ou não".
Lula não participou do primeiro debate na TV Bandeirantes e disse que não irá a outros
no primeiro turno. Ontem, ele
foi atacado na propaganda no
rádio por Geraldo Alckmin
(PSDB), que reclamou da ausência do petista: "Lula não foi
para fugir de responder por que
ele abandonou o Brasil na questão da segurança pública".
"Vou ao debate quando a
gente achar que interessa ir a
um debate. Não posso ir a um
debate quando os outros
acham que eu devo ir. Ninguém
pode se queixar que eu não participo de debate. Participo como ninguém", disse Lula.
Ontem, Lula vestiu uniforme
para tirar foto com operários e
assinou um contrato de investimento de R$ 223 milhões em
Rio Grande (RS), mas não discursou. Na saída do evento, Lula disse que vai "recuperar" o
Rio Grande do Sul e respondeu
às críticas dos adversários.
Lula e sua equipe estão priorizando o Rio Grande do Sul na
campanha eleitoral. O Estado é
considerado estratégico pelo
fato de o presidente não ter
bom desempenho nas pesquisas locais.
Obra
No local onde será feito o investimento anunciado, um dique seco (espécie de oficina gigante para a construção e reparo de grandes plataformas),
atualmente existe apenas um
terreno. A obra deve ficar pronta apenas no final de 2007.
Dilma, em seu discurso, elencou os mesmos argumentos
que o presidente costuma destacar. "É um momento especial, porque é fruto de uma decisão política de 2002. Quando
era candidato, o presidente
prometeu transformar a indústria de petróleo e gás em mais
do que apenas extração. Ao invés de comprar navios prontos,
optamos por demandar isso da
economia nacional. Estamos
aqui para comemorar isso."
Além de assinar o contrato
para a construção do dique seco, o presidente vistoriou as
obras de construção da P-53 e
anunciou, por meio de Dilma,
programas na região, como a
prioridade da duplicação da rodovia Pelotas-Rio Grande.
A construção de plataformas
no país é uma promessa de
campanha de Lula em 2002,
quando defendeu que esses
equipamentos fossem feitos no
país. Antes de vistoriar a construção, que ontem se resumia a
duas estruturas metálicas da altura de um prédio de três andares, Lula passou cerca de 15 minutos falando com operários.
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