São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 2006

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"Vou a debate quando achar que interessa"

PEDRO DIAS LEITE
ENVIADO ESPECIAL A RIO GRANDE (RS)

Criticado pelos adversários por ter decidido não ir a debates no primeiro turno, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ter o "direito" de decidir: "Depois de participar de debate em quatro eleições, cheguei à conclusão de que tenho o direito de decidir se vou ou não".
Lula não participou do primeiro debate na TV Bandeirantes e disse que não irá a outros no primeiro turno. Ontem, ele foi atacado na propaganda no rádio por Geraldo Alckmin (PSDB), que reclamou da ausência do petista: "Lula não foi para fugir de responder por que ele abandonou o Brasil na questão da segurança pública".
"Vou ao debate quando a gente achar que interessa ir a um debate. Não posso ir a um debate quando os outros acham que eu devo ir. Ninguém pode se queixar que eu não participo de debate. Participo como ninguém", disse Lula.
Ontem, Lula vestiu uniforme para tirar foto com operários e assinou um contrato de investimento de R$ 223 milhões em Rio Grande (RS), mas não discursou. Na saída do evento, Lula disse que vai "recuperar" o Rio Grande do Sul e respondeu às críticas dos adversários.
Lula e sua equipe estão priorizando o Rio Grande do Sul na campanha eleitoral. O Estado é considerado estratégico pelo fato de o presidente não ter bom desempenho nas pesquisas locais.

Obra
No local onde será feito o investimento anunciado, um dique seco (espécie de oficina gigante para a construção e reparo de grandes plataformas), atualmente existe apenas um terreno. A obra deve ficar pronta apenas no final de 2007.
Dilma, em seu discurso, elencou os mesmos argumentos que o presidente costuma destacar. "É um momento especial, porque é fruto de uma decisão política de 2002. Quando era candidato, o presidente prometeu transformar a indústria de petróleo e gás em mais do que apenas extração. Ao invés de comprar navios prontos, optamos por demandar isso da economia nacional. Estamos aqui para comemorar isso."
Além de assinar o contrato para a construção do dique seco, o presidente vistoriou as obras de construção da P-53 e anunciou, por meio de Dilma, programas na região, como a prioridade da duplicação da rodovia Pelotas-Rio Grande.
A construção de plataformas no país é uma promessa de campanha de Lula em 2002, quando defendeu que esses equipamentos fossem feitos no país. Antes de vistoriar a construção, que ontem se resumia a duas estruturas metálicas da altura de um prédio de três andares, Lula passou cerca de 15 minutos falando com operários.


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