São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 2006

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Tucano diz que é favorável à união civil entre homossexuais

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
DOS ENVIADOS ESPECIAIS A BELO HORIZONTE

O governador mineiro disse ontem ser contrário à condenação de mulheres que fazem aborto, mas se opôs à legalização da prática. Na sabatina realizada ontem pela Folha, Aécio Neves também se manifestou sobre outros dois pontos polêmicos: a descriminalização do uso da maconha, em relação à qual se manifestou contra, e sobre a união civil de homossexuais, o que apoiou.
"Não me oponho à união civil entre homossexuais. Defendo a responsabilidade civil compartilhada entre os parceiros. O Brasil está avançando nessa direção, e a legislação deve acompanhar esse avanço da sociedade. Não coloco nenhuma objeção ao fato", afirmou.

Aborto
"Não apóio a legalização do aborto, mas não defendo que a mulher que tomou tal iniciativa seja presa, já que todo crime deve ser seguido de uma condenação", afirmou o governador.
Indagado se estava sendo dúbio para agradar ao eleitorado conservador, respondeu não haver dubiedade em sua posição. Repetiu ser contrário à legalização do aborto, mas disse que é sabido que no Brasil as mulheres das famílias mais ricas conseguem fazer aborto com ajuda médica e em segurança, enquanto as pobres o fazem em situação degradante.
"Não questiono a mulher que toma tal atitude, até porque imagino que seja uma decisão muito sofrida para ela."
Em relação à proposta de descriminalização do uso da maconha, como um caminho para a redução do narcotráfico, o governador mineiro disse que tem muitas "dúvidas pessoais" em relação à sua eficácia e que existem outras políticas públicas para reduzir o comércio ilegal da droga, como campanhas educacionais. "Não sou a favor [da descriminalização do uso da maconha], mas defendo que haja um amplo debate público sobre o assunto."
Aécio anunciou que em um eventual segundo governo vai instituir um programa voltado para jovens de 15 a 18 anos, em situação de risco, com o intuito principal de afastá-lo das drogas e do crime. O estudante de ensino médio de locais de baixo desenvolvimento humano receberá R$ 1.000 por ano, por três anos. Ele terá obrigações a cumprir, como não ser reprovado na escola, não ter passagem pela polícia e participar de projetos comunitários. Mas poderá gastar como quiser.


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