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Tucano diz que é favorável à união civil entre homossexuais
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO
HORIZONTE
DOS ENVIADOS ESPECIAIS A BELO
HORIZONTE
O governador mineiro disse
ontem ser contrário à condenação de mulheres que fazem
aborto, mas se opôs à legalização da prática. Na sabatina realizada ontem pela Folha, Aécio
Neves também se manifestou
sobre outros dois pontos polêmicos: a descriminalização do
uso da maconha, em relação à
qual se manifestou contra, e sobre a união civil de homossexuais, o que apoiou.
"Não me oponho à união civil
entre homossexuais. Defendo a
responsabilidade civil compartilhada entre os parceiros. O
Brasil está avançando nessa direção, e a legislação deve acompanhar esse avanço da sociedade. Não coloco nenhuma objeção ao fato", afirmou.
Aborto
"Não apóio a legalização do
aborto, mas não defendo que a
mulher que tomou tal iniciativa
seja presa, já que todo crime deve ser seguido de uma condenação", afirmou o governador.
Indagado se estava sendo dúbio para agradar ao eleitorado
conservador, respondeu não
haver dubiedade em sua posição. Repetiu ser contrário à legalização do aborto, mas disse
que é sabido que no Brasil as
mulheres das famílias mais ricas conseguem fazer aborto
com ajuda médica e em segurança, enquanto as pobres o fazem em situação degradante.
"Não questiono a mulher que
toma tal atitude, até porque
imagino que seja uma decisão
muito sofrida para ela."
Em relação à proposta de
descriminalização do uso da
maconha, como um caminho
para a redução do narcotráfico,
o governador mineiro disse que
tem muitas "dúvidas pessoais"
em relação à sua eficácia e que
existem outras políticas públicas para reduzir o comércio ilegal da droga, como campanhas
educacionais. "Não sou a favor
[da descriminalização do uso
da maconha], mas defendo que
haja um amplo debate público
sobre o assunto."
Aécio anunciou que em um
eventual segundo governo vai
instituir um programa voltado
para jovens de 15 a 18 anos, em
situação de risco, com o intuito
principal de afastá-lo das drogas e do crime. O estudante de
ensino médio de locais de baixo
desenvolvimento humano receberá R$ 1.000 por ano, por
três anos. Ele terá obrigações a
cumprir, como não ser reprovado na escola, não ter passagem pela polícia e participar de
projetos comunitários. Mas poderá gastar como quiser.
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